Domando emoções: o poder da inteligência emocional
“As atitudes são sempre mais importantes do que os fatos. Qualquer fato que enfrentamos, por mais penoso que seja, mesmo que pareça irremediável, não será tão importante como nossas atitudes para com este fato. A maneira como você reage, faz uma enorme diferença”. (Vasconcelos, 2023)
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No dia 29 de julho de 2023, um sábado, teve grande repercussão na mídia a agressão sofrida pelo jogador de futebol do Flamengo, Pedro Guilherme, que levou um soco na boca desferido pelo preparador físico do clube, Pablo Hernandez. A ocorrência aconteceu no vestiário, logo após a partida em que o rubro-negro venceu o Atlético Mineiro em Belo Horizonte. Segundo consta, a agressão surgiu após uma breve discussão entre os dois.
Esse, com certeza, é um pequeno exemplo da violência física que vem tomando conta do futebol brasileiro nos últimos tempos, não só no vestiário, mas nos campos durante as partidas, nas arquibancadas, nas ruas, nas praças e em diversos outros lugares com seres humanos se agredindo e se matando em acessos de ira e covardia! Se isso acontece até mesmo entre parceiros de um mesmo time, imaginem entre adversários!
Mas deixemos essas questões de lado e aproveitemos para fazer uma breve reflexão sobre os aspectos comportamentais, relacionados à inteligência emocional e que tem uma forte relação com a ocorrência citada.
O conceito de inteligência emocional surgiu na década de 90, impulsionado pelo best-seller do Escritor Daniel Golleman e compreende a capacidade do ser humano de reconhecer, avaliar e estabelecer controle sobre os seus próprios sentimentos e dos sentimentos dos outros, contribuindo para a criação de um ambiente mais harmônico, saudável e produtivo, onde quer que ele esteja. Segundo o livro “Inteligência Emocional 2.0”, 7 em cada 10 vezes, profissionais com alto Quociente de Inteligência – QI são superados por aqueles que possuem altos níveis de QE – Quociente Emocional. Um estudo da Capgemini Research Institute feito recentemente também revelou que a procura por profissionais com elevado QE deverá ser, pelo menos, 6 vezes maior nos próximos cinco anos. E como funciona na prática esse conceito?
Segundo Golleman, o domínio da inteligência emocional passa por 05 etapas fundamentais. A primeira delas está relacionada a Autoconsciência, que é a capacidade de ter consciência dos próprios sentimentos. Afinal, quem sou eu? Quais as sensações e sentimentos impulsionam meu comportamento? A premissa é de que quanto mais eu me conheço, mais controle tenho sobre mim mesmo!
A segunda fase é a fase do Autogerenciamento, que prevê a capacidade de administrar as próprias emoções e impulsos. Ter raiva todo mundo tem, é comum ao ser humano, mas isso não dá o direito de esmurrar o outro que porventura possa ter me despertado essa raiva. O que eu faço com essa raiva é o que realmente faz a grande diferença!
A terceira fase está relacionada com a Automotivação que é a Capacidade de persistir diante de fracassos e dificuldades. Como seres humanos que somos, estamos sempre sujeitos a erros, mas os verdadeiros heróis não são aqueles que não cometem erros, mas que diante dos erros cometidos, se tornam cada dia maiores!
A quarta etapa trabalha com a empatia. A empatia é a capacidade de perceber e sentir o que os outros estão sentindo e colocar-se exatamente em seu lugar. Precisamos, a todo instante, nos perguntar quais as reações que levam nosso semelhante a agir de determinada maneira e não nos tornarmos escravos deles, nos deixar levar pelas suas vicissitudes e comportamentos inadequados. A máxima é “eu sou dono do meu comportamento e somente eu posso decidir a forma como vou agir, não importa o que esteja acontecendo”.
Finalmente, temos a quinta e última etapa, talvez a mais nobre, que é a capacidade de trabalhar as habilidades sociais, lidando com as emoções alheias e ajudando as pessoas a serem cada dia mais equilibradas emocionalmente, afinal estamos todos no mesmo barco e somos filhos de um mesmo Pai que nos criou!
Na verdade, a essência da inteligência emocional está em entendermos e colocarmos em prática o pensamento de que nossas atitudes são sempre mais importantes do que os fatos. Qualquer fato que enfrentamos, por mais penoso que seja, mesmo que pareça irremediável, não será tão importante como nossas atitudes para com este fato. A maneira como reagimos é o que realmente faz a enorme diferença.
Se o treinador Pablo Hernandez tivesse conhecimento e colocasse em prática esses princípios, certamente não teria agredido o colega, sido demitido e colocado em sérios riscos sua carreira profissional.
Quem tem ouvidos, que ouça!
Se você quiser se aprofundar nesse tema, faça contato conosco! A Cesarius é especialista no assunto.
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