- Mariana
Escola estadual de Mariana realiza ação sobre saúde mental
O projeto interdisciplinar da Universidade Federal de Ouro Preto já visitou escolas de Ouro Preto e Itabirito
- Ana Beatriz Justino
- Supervisão: Luiz Loureiro

Na manhã dessa segunda-feira (29), aconteceu na Escola Estadual Dom Silvério uma atividade do projeto Saúde Mental nas Escolas e Fora Delas – Ensino Médio. A ação aconteceu com alunos do segundo ano do ensino médio e, no período da tarde, foi ofertada para alunos do primeiro ano do mesmo nível de ensino. As ações fazem parte de um programa de pesquisa, extensão e intervenção da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e com atuação em três escolas das cidades polo da Região dos Inconfidentes, Ouro Preto, Mariana e Itabirito. Em cada escola existe uma pesquisadora que, no caso da Dom Silvério, é a professora Rita Cota, responsável por ajudar na viabilização das atividades na escola e, também, por ser uma ponte entre os serviços oferecidos e os alunos. Representando a UFOP, participaram os pesquisadores Aisllan Assis, Sara Helena Quintino e Gabriela Guerra.
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Saúde mental em foco
A ação foi uma reflexão sobre a campanha do Setembro Amarelo, iniciada com um café da manhã para os alunos já que, como explica Aisllan Assis, doutor em saúde coletiva, a saúde mental está ligada a outras partes do corpo humano. “A gente tem a ideia de que quando se fala de saúde mental, a gente só tá falando de sentimento, de emoção, de pensamento, essas coisas invisíveis que nós produzimos na vida. Mas essa é uma visão limitada. A saúde mental é uma dimensão da nossa vida, que está conectada com todas as outras dimensões”, ressaltou o pesquisador.
Após o lanche foram apresentadas algumas informações sobre o projeto, a respeito do nascimento da campanha do Setembro Amarelo e um resumo das outras atividades que os alunos teriam no dia. Durante a dinâmica os professores frisaram que o projeto é uma forma de aproximar os alunos da rede estadual da universidade, sendo uma das estratégias de acolhimento a viabilização de atendimento para alunos e professores. Nesse sentido, a escola recebeu um banner com números de telefone da equipe para que os adolescentes que sentissem necessidade pudessem recorrer a mais uma das frentes de trabalho da iniciativa.



O tema da campanha do Setembro Amarelo desse ano é Conexões Fortes, e uma das dinâmicas teve como força as relações saudáveis. Nela, todos do auditório receberam uma fitinha amarela com o tema e o nome do projeto, que simboliza as conexões que fazemos ao longo da vida, mas também as relações que pretendemos fazer. Aisllan explicou que cada um deveria virar para um(a) colega e dizer que queria manter o laço de amizade com aquela pessoa. A dinâmica movimentou o espaço e, ao fim do exercício, todos os presentes estavam com uma fita amarela amarrada no braço.
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Arte como precursora de saúde mental
A ação contou com os convidados Bomblack e Gaudêncio, artistas da cena Hip Hop de Mariana. Os artistas fizeram apresentações em diversos formatos e conversaram com os alunos sobre os movimentos de Hip Hop na cidade e as batalhas de rima em atividade. A dupla foi convidada como formade criar e fortalecer um canal de comunicação, na qual expõe que pela arte é possível verbalizar aquilo que não se tem fôlego para dizer em outras situações.

As rimas e conversas protagonizadas pelos artistas tiveram como pauta a saúde mental e a valorização da vida. Bomblack relatou como o rap o ajudou a buscar mais conhecimento e também o conecta a outras pessoas da cena. “Porque a gente tem que estar bem orientado do que a gente tá fazendo e é um movimento real. Que salva vidas mesmo. A partir disso eu comecei a me expressar, colocar minhas revoltas, minhas letras e minhas ideias nesses sons e fui construindo o MC”, declarou o artista.
Gaudêncio frisou a importância de se expressar, de comunicar o que se sente. A artista encontrou no rap a voz para falar do que está guardado. “Porque acho assim não somente o Hip Hop, mas o Hip Hop foi a forma que a gente encontrou para conseguir expressar tudo o que a gente não conseguia falar. Muitas pessoas não levam a sério, porque a gente não tem como falar sobre isso, mas é algo que tem que ser falado”, detalhou, explicando que, dentro da cena, existem diversas formas de expressão, do rap à dança, e que todas as frentes do movimento são locais de colocar para fora o que se sente.
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Tratar saúde mental para evitar o extremo



A ação contou com um curso de primeiros socorros do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. O 2º Sargento BM Dionello conta que as atividades em parceria com o projeto vêm de um mapeamento e ação feita em um lugar de Ouro Preto com alta taxa de suicídios e tentativas de suícidio. A parceria foi iniciada com placas de apoio à vida na região, contendo frases de incentivo à vida elaboradas em conjunto com os docentes que integram o programa Saúde Mental nas Escolas e Fora Delas.
A dinâmica foi proposta a partir do entendimento de que o luto fragiliza a saúde mental, nuance cuja compreensão veio a partir de um questionário aplicado nas escolas antes do início das ações. Durante o momento com os bombeiros, os alunos foram divididos em duas estações de aprendizado, uma interna e outra externa, nas quais aprenderam técnicas de desengasgo e de como apagar fogo de botijão de gás.
