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Hoje é quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Deputados do PT repudiam fake news na Operação Rejeito

Padre João e Leleco Pimentel detalham ações em defesa de pessoas incluídas em lista apreendida pela Polícia Federal

Acompanhados de assessores, deputados do PT receberam a imprensa regional na tarde dessa segunda-feira (29) – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz
Acompanhados de assessores, Padre João e Leleco Pimentel receberam a imprensa regional na tarde dessa segunda-feira (29) – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

A “Operação Rejeito” expôs um esquema criminoso envolvendo mineração, poluição e corrupção em Minas Gerais. De acordo com Leleco Pimentel e Padre João, respectivamente deputados estadual e federal pelo Partido dos trabalhadores (PT), a divulgação de uma lista apreendida pela Polícia Federal (PF) teria produzido uma onda de difamação e danos à reputação de líderes e cidadãos injustamente associados ao esquema. Após reunião com algumas das pessoas incluídas nessa lista, os deputados apresentaram à mídia da Região dos Inconfidentes as ações coletivas que estão sendo desenvolvidas para defender as vítimas, combater a desinformação e exigir apuração rigorosa dos envolvidos, destacando ainda a devastação ambiental e a “contaminação” de órgãos públicos pela mineração.

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Operação Rejeito e seus desdobramentos

Tivemos a preocupação de procurar as pessoas que tiveram o nome divulgado e que foram surpreendidas, que estão indignadas. Indignadas de primeiro serem alvo de uma quadrilha criminosa que age por dentro do Estado brasileiro, e isto envolve o tripé da mineração, da poluição e da corrupção”, destacou Leleco Pimentel, no início da coletiva realizada nessa segunda-feira (29), no escritório representativo dos deputados do PT, em Ouro Preto.

Para o parlamentar, a insistência nesses três termos, demonstram o modo como as mineradoras chegaram até as autoridades, ocuparam uma posição importante em órgãos encarregados de licenciamentos ambientais, de ações de fiscalização dessas mineradoras, determinando se, e como, deve se dar a exploração mineral, movimentando bilhões ou, até mesmo, trilhões de reais.

Para os deputados do PT, Minas Gerais, especialmente Ouro Preto e Mariana, tornou-se o epicentro dessa devastação, com o desmonte do sistema de licenciamento ambiental e de fiscalização, o que exige ações enérgicas das autoridades e entidades dos poderes Legislativo e Executivo, da Justiça e das diversas esferas policiais.

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Defesa das vítimas e combate à desinformação

Como um dos deputados do PT no combate às fake news, Leleco Pimentel assegurou que a polícia civil especializada já identificou alguns perfis de redes sociais que fizeram a divulgação de fake News relacionadas à Operação Rejeito
Leleco Pimentel assegurou que a polícia civil especializada já identificou alguns perfis de redes sociais que fizeram a divulgação de fake News relacionadas à Operação Rejeito – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

Nós tivemos, infelizmente, uma ação de má fé, de algumas pessoas que estão circulando nas redes sociais, em que o meu nome e de outras pessoas que têm moral ilibada, que têm conduta conhecida por todos sobre de que lado estão na história (…), colocando uma narrativa de que as pessoas envolvidas naquela lista são agentes da corrupção”, afirmou Leleco Pimentel, garantindo que os culpados serão devidamente investigados.

Antes da coletiva algumas pessoas, cujos nomes apareceram na lista da operação, reuniram-se com os deputados do PT, sentindo-se indignadas e injustiçadas, relatando danos graves em suas vidas familiares, profissionais e emocionais, além de ameaças, devido à associação indevida aos criminosos.

Para garantir justiça a essas pessoas, Leleco afirmou que “a Polícia Civil possui, em Belo Horizonte, uma delegacia especializada em crimes cibernéticos e fake news, enquanto as investigações ligadas à organização criminosa estão sob o cuidado da Polícia Federal”, ressaltando que “ações de ofensa moral, ofensa e mentira, como estão divulgando em alguns lugares, vai ser também uma investigação da Polícia Civil de Minas Gerais”.

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Postura da Rede globo é criticada pelos deputados do PT

Padre João ressaltou que a reunião dessa segunda-feira, juntamente com as ações futuras, são uma resposta a três aspectos envolvidos no processo de investigação e desdobramentos da Operação Rejeito, sendo a primeira, evidentemente, o repúdio à ação da organização criminosa que estava invadindo a privacidade de lideranças.

O deputado federal Padre João (PT) criticou a forma como a tratou a lista apreendida pela Polícia Federal
O deputado federal Padre João (PT) criticou a forma como a tratou a lista apreendida pela Polícia Federal – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

Em segundo lugar, o parlamentar destacou sua crítica à forma como a Rede Globo abordou o assunto. “O grande veículo de comunicação, a própria Globo, causou danos às pessoas citadas numa lista que não apurava quem é quem. Numa mesma lista que coloca pessoas publicamente criminosas [junto] com lideranças que defendiam o direito de fazer resistência às ações, às atividades [da mineração] da região”.

De acordo com o deputado federal, essa atitude permitiu a disseminação de fake news, como um terceiro aspecto da questão, em uma clara tentativa de “queimar lideranças (…) que, historicamente, constituem a defesa do meio ambiente; a defesa das atividades econômicas, como a própria agricultura familiar; o turismo; a economia solidária, as atividades sustentáveis; as águas; e o abastecimento”.

Panorama regional

Tendo em vista a participação de envolvidos na Operação Rejeito em órgãos de licenciamento e fiscalização da região dos Inconfidentes, como é o caso do Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental (Codema) de Mariana, os deputados do PT, defenderam a instauração de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI’s) pelas câmaras municipais de Mariana e Ouro Preto.

O que nós entendemos é que, quando envolve conselhos municipais, é um instrumento que a Câmara, as duas câmaras podem utilizar, inclusive para dar um bom exemplo para o Estado, que é de instaurar uma CPI. A Câmara de Mariana tendo elementos de que possa ter havido esse tipo de movimentação em relação ao Conselho, pode instaurar uma CPI. E a Câmara Municipal de Ouro Preto também pode fazer, assim como nós estamos tentando a coleta de assinaturas para instaurar uma CPI na Assembleia Legislativa”, finalizou Leleco Pimentel.

Foto de Luiz Loureiro
Luiz Loureiro é jornalista graduado pela UFOP, fundador, sócio proprietário e editor chefe da Agência Primaz de Comunicação.