- Ouro Preto
Lançamento do curta Conexões celebra cinema e afeto
Curta de Adriano Medeiros reúne afetividade, natureza e produção colaborativa em evento gratuito no Cine Vila Rica

O lançamento do curta-metragem Conexões, dirigido pelo professor Adriano Medeiros da Rocha (DEJOR/UFOP), ocorreu nessa quina-feira (21), às 19h, no Cine Vila Rica, que atualmente funciona no Anexo do Museu da Inconfidência, em Ouro Preto. O evento, aberto ao público e com entrada franca, marcou a continuidade do projeto WebCINETV UFOP, enquadrado no movimento “UFOP é Cinema”, que objetiva viabilizar um bacharelado em Cinema e Audiovisual na universidade. O curta integrou a programação do Festival de Inverno Universitário (FIU).
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Conexões surge como um testemunho sensível de cinema universitário, capaz de unir afetividade, territorialidade e transformação coletiva em cena, constituindo-se em uma obra que potencializa a força dos laços humanos, o vínculo com a terra e a potência do audiovisual como instrumento de diálogo e pertencimento.
Temática do curta "Conexões"
O enredo se concentra na relação entre Nicolau (Wilton Araújo), um idoso que habita uma área rural isolada em terras altas e mantém uma ligação profunda com a natureza, e seu neto Jonathan (Luan Ramos Alves), cuja visita estimula reencontros afetivos e provoca reflexões sobre modernidade, tradição e identidade. A natureza atua como um “terceiro personagem”, conferindo misticismo e força simbólica à narrativa.
As filmagens foram realizadas em 2024, no Parque Estadual do Itacolomi, numa imersão de seis dias com base fixa, sob autorização do IEF (Instituto Estadual de Florestas). A equipe, em sua maioria composta por estudantes de jornalismo e artes cênicas, além de técnicos e professores, enfrentou uma produção desafiadora e intensa.

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Processo de produção de "Conexões"
O diretor de fotografia, Anderson Medeiros, relatou que a produção de Conexões foi marcada por desafios físicos e logísticos. As filmagens duraram cerca de uma semana no Parque Estadual do Itacolomi, com jornadas de mais de 15 horas diárias. “Foi uma produção muito legal, que tinha um grande desafio para gente, que era primeiro não se machucar e conseguir atravessar o processo todo de produção”, afirma.
Produzido ao longo de quase três anos, o filme passou por diversas etapas, incluindo seleção de roteiros, ensaios, captação de som e montagem. A equipe enfrentou tanto a complexidade logística quanto a necessidade de organização detalhada, que incluiu desde a alimentação até o transporte dentro do parque.
Anderson também destacou a satisfação pessoal em participar do projeto, lembrando sua trajetória ao lado do diretor Adriano Medeiros, com quem divide a experiência de formação acadêmica e projetos em audiovisual. Para ele, Conexões reafirma o papel do cinema como espaço de aprendizado coletivo e realização profissional.
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No lançamento, depoimentos de atores, alunos e técnicos ressaltaram o processo colaborativo e transformador da produção. Foram mencionados os percalços logísticos, o transporte de equipamentos em trilhas, as longas jornadas de gravação e o cuidado com todos os envolvidos. Também foi destacada a dimensão do tempo investido: uma produção que amadureceu durante quase três anos de trabalho, entre seleção, roteiro, ensaios e captação.
Segundo Maysa Mendes, produtora do curta, as gravações foram finalizadas em abril do ano passado. Ela ressaltou que as cenas mais desafiadoras foram as gravadas durante o período da noite e ao pôr do sol, devido ao tempo reduzido de iluminação. “A gente chegou na pedra, o sol já ‘tava’ se pondo. Então, a gente teve que fazer as coisas muito rápido e nunca é de uma vez, nunca é na primeira tomada”, afirmou.
O diretor Adriano Medeiros ressaltou que um dos maiores desafios da produção foi conciliar o trabalho artístico com a responsabilidade pela segurança da equipe, composta por pessoas de diferentes idades e condições físicas. Segundo ele, era necessário garantir que todos retornassem em segurança após as filmagens no Pico do Itacolomi. Além disso, destacou a complexidade logística da locação, já que, ao contrário de ambientes urbanos, não havia possibilidade de acesso a restaurantes ou serviços de apoio, exigindo planejamento detalhado para cada etapa da gravação.
Bate papo com o público
O evento de estreia do curta Conexões contou com a lotação máxima da sala do Cine Vila Rica. Estudantes, profissionais e moradores de Ouro Preto e Mariana acompanharam a exibição e participaram do diálogo promovido pela equipe do filme, após sua exibição.
A platéia compartilhou suas impressões e experiências. Um das participantes, natural de Ouro Preto, comentou sobre a emoção de assistir às cenas em locações que conhece pessoalmente: “É mais uma questão de elogio. Foi muito prazeroso assistir ao filme, porque já fui várias vezes até o pico no início da adolescência, inclusive já me perdi lá à noite. Ver as cenas trouxe lembranças das caminhadas e da parada da água, que é um marco do caminho. Foi uma experiência afetiva muito significativa para mim”, relatou.
Próximas produções do WebCINE TV UFOP
O diretor Adriano Medeiros também comentou sobre sua próxima produção em andamento no distrito de Glaura, “É um trabalho com desafios distintos. O filme “Sonho de Glaura” é um infanto juvenil, ou seja, nós estamos lidando com crianças”, explica. Segundo ele, a equipe realizou há quase dois anos uma oficina imersiva de criação na Escola Municipal Benedito Xavier, envolvendo os jovens na construção coletiva do roteiro.
A partir do dia 06 de setembro, a produção se prepara para realizar as filmagens junto com a comunidade de Glaura, mantendo o mesmo espírito colaborativo e integrando a comunidade ao processo criativo. “A partir de muitas ideias, construímos um roteiro junto com a comunidade e agora vamos filmar junto com eles também. Tem conexões que se fazem no processo”, concluiu.
