- Mariana
Ronaldo Fraga cria logomarca para bordadeiras marianenses
Encerramento de capacitação das integrantes da Academia Mineira de Bordado contou com a participação do renomado estilista

Como parte do encerramento das atividades da Oficina de Serigrafia Têxtil (Silk), o encontro do estilista Ronaldo Fraga com as participantes de curso, rendeu, além de um excelente papo, a elaboração de uma logomarca específica para a produção das bordadeiras marianenses pertencentes à Academia Mineira de Bordado (AMB), ligada ao Movimento Renovador e à Casa de Cultura de Mariana. A oficina, patrocinada pela Cedro Mineração, no âmbito do projeto “Cultura e Transformação”, teve duração de 10 semanas, com atividades desenvolvidas na escola de Ofícios Tradicionais de Mariana.
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Capacitação de bordadeiras marianenses
Ministrado pelo técnico têxtil Éder Almeida, ao longo de quase três meses, com atividades semanais, a Oficina de Serigrafia Textil foi uma ideia surgida em um evento realizado no Museu de Mariana, quando Raimunda Maria dos Anjos Castro, se encontrou com Marcus Mariani, Gestor de Relação com a Comunidade e Institucional da Cedro Mineração.
“Essa ideia surgiu no dia do lançamento do livro Cidades Históricas, que foi no Museu da Cidade. Aí, em conversa com o moço da Cedro, eu pedi para ele um curso de capacitação em silk”, relembrou Dica, como é conhecida a presidente da AMB, esclarecendo que esse tipo de estamparia vai permitir agilizar o processo de desenho das peças a serem bordadas, sem abandonar o aspecto artesanal.
Falando à Agência Primaz, Marcus Mariani, destaca o potencial da capacitação e as possibilidades que se abrem a partir dela. “Esse projeto é um projeto muito legal, tem um potencial muito legal porque ele acolhe mulheres, ele capacita as mulheres, aperfeiçoa os conhecimentos que elas já possuem. Ele multiplica porque o projeto prevê a doação de equipamentos, de ferramentas, então elas podem ao final do curso multiplicar isso para outras mulheres ou para outros homens, enfim, que queiram aprender o ofício, e também possibilita a geração de renda”.
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Desenvolvimento da capacitação das bordadeiras

Responsável pelo desenvolvimento da oficina, com mais de quarenta anos dedicados à estamparia têxtil, Éder de Almeida, destacou o empenho das bordadeiras marianenses, em especial quanto à curiosidade e busca pelos detalhes da técnica, produzindo, inclusive, as próprias molduras e equipamentos necessários para a aplicação da serigrafia em tecido. Para ele, o uso da técnica não vai prejudicar o aspecto artesanal dos bordados, mas agilizar a produção das peças, permitindo uma maior rapidez e fidelidade na produção dos desenhos nas peças, o que vai proporcionar maior escala de produção.
Além disso, uma vez que a característica da serigrafia exige a utilização de tantas telas quantas forem as cores empregadas, Éder acredita que o uso de uma única tela para transferência dos desenhos vai dar às bordadeiras marianenses a oportunidade de cada uma colocar no bordado o seu toque especial, com liberdade para o uso de cores e tipos de pontos de bordados.
A despeito disso, Éder também se mostrou favorável à intenção das bordadeiras marianenses de pleitear a realização de uma nova oficina, baseada na técnica de sublimação, que permite a utilização de várias cores em uma só etapa de impressão, que pode ser utilizada em situações em que for imperativa a reprodução de grande número de peças idênticas.
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Encontro de Ronaldo Fraga com as bordadeiras marianenses
Extremamente atencioso e curioso a respeito das histórias de cada uma das bordadeiras marianenses, o estilista Ronaldo Fraga falou sobre sua trajetória na moda e nas pesquisas dos diversos fazeres das comunidades do país, definindo-se como um turista aprendiz, em alusão ao livro de Mário de Andrade, e destacando a importância de uma identidade visual forte e adequada às mais diversas finalidades, sem perda de resolução e com uma imediata percepção pelo público.
“Eu queria que a gente fizesse um exercício aqui, que a gente falasse em poucas palavras, de preferência, sei lá, pode ser uma ou duas palavras, de um elemento que vocês acham que é a característica desse lugar, e que vocês acham que é fundamental que esteja representado”, provocou Ronaldo a participação das bordadeiras no processo de criação da logomarca, destacando a importância da representação da acolhida e do universo feminino, de algo novo, que não fosse simplesmente a reprodução de algo existente.

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A partir das ideias apresentadas, Ronaldo Fraga usou uma trilha sonora para, segundo ele, fazer “baixar o desenhista” e, usando uma grande coleção de canetas, dedicou-se, durante alguns minutos, a rabiscar propostas para a logomarca.
O resultado, que encantou as bordadeiras marianenses presentes no evento, provocou um acalorado debate, conduzindo a uma escolha praticamente unânime de uma das ideias do estilista.
Em seguida, Ronaldo dedicou-se a aprimorar a ideia, reforçando os traços do desenho, fazendo também o uso de algumas cores, ressaltando que caberia às artesãs a liberdade de utilizá-las ou de fazer diferentes combinações, de acordo com a necessidade e aplicação da logomarca, inclusive com a possibilidade de usar somente os traços, em cor única, de acordo com a peça a ser produzida.

Ronaldo ainda discutiu com as bordadeiras marianenses a necessidade e conveniência de estabelecer um nome específico para a produção da Academia Mineira de Bordado, chegando-se ao consenso registrado na imagem acima, com caligrafia escolhida entre as próprias integrantes do projeto.
