- Ouro Preto
Luciano e Roberta assumem direção da UFOP – Gestão 2025-2029
Cerimônia marcou também a posse da nova equipe de gestão

Em sessão solene ocorrida na noite da última quarta-feira (26 de fevereiro), o professor Luciano Campos da Silva e a professora Roberta Eliane Santos Fróes tomaram posse como reitor e vice-reitora da UFOP, juntamente com os pró-reitores e equipe da nova gestão para o quadriênio 2025-2029. O evento aconteceu no Teatro Ouro Preto do Centro de Artes e Convenções e contou com a presença de autoridades municipais, estaduais, representantes do governo federal e integrantes da comunidade acadêmica.
*** Continua depois da publicidade ***

Saudação a Luciano e Roberta e despedida dos dirigentes anteriores
A decana do Conselho Universitário (Cuni), professora Keila Deslandes, representando todos os conselheiros na mesa de honra, abriu a cerimônia, fazendo uma saudação especial aos novos dirigentes universitários, seguida pela manifestação de Hermínio Arias Nalini, vice-reitor durante as duas últimas gestões, que reafirmou a importância do trabalho contínuo de cada geração de gestores, professores, técnicos e estudantes, que têm a responsabilidade de dar o seu melhor para que a Instituição continue crescendo e cumprindo sua missão. “Este é um lugar de permanente transformação, e é com essa visão que seguimos em frente“, afirmou.

Reitora da UFOP por dois mandatos consecutivos (2017-2021 e 2021-2025), em um longo pronunciamento que destacou os avanços e as transformações promovidas durante oito anos, a professora Cláudia Aparecida Marliére de Lima afirmou que considera ter honrado a força e o compromisso coletivo da comunidade acadêmica, sentindo-se também honrada por ter sido a primeira mulher a ocupar o cargo máximo da instituição. “Com muitas entregas que transformaram a nossa Instituição, deixo um legado e espero que inspire futuras gerações, principalmente as mulheres“, ressaltou.
Ver Mais

Povo Borum-kren reforça presença na Região dos Inconfidentes

Plenária discute saúde dos trabalhadores como direito humano

Entrevista Primaz – Lívia Echternacht
Inscreva-se nos grupos de WhatsApp para receber notificações de publicações da Agência Primaz.
Presenças ilustres na posse de Luciano e Roberta
Entre as personalidades que prestigiaram a cerimônia de transmissão do cargo para Luciano e Roberta, destaque para a secretária de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação (MEC), Zara Figueiredo Tripodi, representando o Ministro de Estado da Educação, Camilo Santana. Professora do Departamento de Educação da UFOP, onde atua na graduação e no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), a secretária mencionou a importância da representatividade e simbologia da nova reitoria, lembrando que é dever da Universidade “reconstruir e construir, para devolver à sociedade tudo que nela é investido”.

Vice-reitora da Universidade na gestão 2013-2017, primeira mulher nesse cargo e ex-colega de Luciano Campos no Departamento de Educação do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), professora Célia Maria Nunes, prestou homenagem especial ao novo reitor, Luciano relembrando sua trajetória, iniciada na docência da educação básica, com apenas 18 anos, exaltando seu percurso acadêmico na instituição, até ser escolhido, em consulta paritária, para gerir a UFOP.
*** Continua depois da publicidade ***

Origens humildes e trajetórias de Luciano e Roberta

Roberta Fróes iniciou seu discurso relembrando sua ligação com a Universidade e com a cidade de Ouro Preto e reconhecendo as dificuldades a serem enfrentadas por ser uma mulher e pesquisadora em um espaço de poder, com questionamentos de sua capacidade, habilidades e experiências, “como se estivesse ali apenas como uma pauta ou para cumprir uma cota“, mas destacando que “liberdade é não ter medo“, como bem disse a cantora Nina Simone.
A nova vice-reitora da UFOP ainda destacou que seu papel é de resistência e referência “para cada menina negra que ousar sonhar fora do estereótipo socialmente projetado para ela, para que meninos e meninas possam olhar para você e perceber que eles também podem, que esse lugar também é para eles“.

Luciano Campos Silva, que já foi diretor do ICHS e pró-reitor adjunto de Graduação, é o primeiro reitor oriundo de uma unidade acadêmica da UFOP localizada fora do Campus Morro do Cruzeiro, em Ouro Preto e, em seu discurso, destacou a necessidade de integração entre todos os Campi, assim como entre a Universidade e as comunidades externas, reafirmando o compromisso com o tripé ensino, pesquisa e extensão.
Repassando brevemente sua trajetória dentro e fora da academia, Luciano enfatizou o papel da educação como agente transformadora em sua vida e a honra de assumir o cargo de reitor da UFOP, expressando agradecimentos a todas as pessoas que fizeram parte da campanha para a escolha paritária de seu nome e de Roberta Fróes, bem como a todos os gestores que ajudaram a construir a história da UFOP ao longo dos anos. “Ninguém começa nada do zero, e a Universidade de hoje é resultado do trabalho coletivo de décadas“, afirmou.
*** Continua depois da publicidade ***

Quem são Luciano e Roberta
Lucano Campos Silva é filho de Anízio Francisco da silva (pedreiro) e de Eva Custódia da Silva (cantineira de escola) que nos anos de 1970 migraram da cidade de Itabirinha de Mantena, interior de Minas Gerais, para Belo Horizonte em busca de uma vida melhor. Natural de Belo Horizonte e residente em Amarantina, distrito de Ouro Preto, é pai de Sofia Araújo, cirurgiã dentista, e casado há 24 anos com Cleide Araújo, professora da Educação Infantil no distrito de Santo Antônio do Leite, em Ouro Preto. Cresceu na periferia de Belo Horizonte onde estudou sempre em escolas públicas e, durante a adolescência e juventude, atuou em diversas atividades profissionais, dentre elas caixa de supermercado, ajudante de mecânico, servente de pedreiro, locutor de rádio, office boy e animador de festas infantis. Nesse período esteve muito ligado a diversas atividades comunitárias, participando de associações de bairro, organização de festas, atividades religiosas e teatros na igreja, tendo participado de uma agremiação junina como dançarino e marcador de um importante e já extinto grupo de quadrilha do Arraiá de Belô. Como professor, começou a atuar logo aos 18 anos, dando aulas de Redação em uma escola pública. Em seus momentos livres, tem como hobbies principais a leitura, assistir filmes, cozinhar, consertar equipamentos estragados e fazer trabalhos manuais de marcenaria e serralheria numa oficina improvisada em sua própria casa.
Luciano Campos é professor do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), do Departamento de Educação e do Programa de Pós-graduação em Educação da UFOP. Na graduação lecionou, principalmente, a disciplina “Estudos Sociológicos sobre a Educação” nos cursos de licenciatura de Pedagogia, História, Letras, Música, Artes Cênicas, Filosofia, Matemática, Química, Física e Biologia). No mestrado e doutorado lecionou as disciplinas “Sociologia da Educação” e “Processos Socializadores Familiares”.
Desde que obteve o diploma de doutorado vem se dedicando à investigação de diversos fenômenos que afetam a convivência escolar e seus impactos na vida e no desempenho escolar dos estudantes, tais como autoridade docente, indisciplina escolar, violências escolares e bullying, dedicando-se também às temáticas da gestão da sala e das desigualdades escolares e suas relações com as desigualdades sociais, de gênero, de sexo e de raça.
*** Continua depois da publicidade ***

Filha de Paulo, operador de painel aposentado da Petrobrás, e de Édila, mãe, dona de casa e salgadeira, Roberta Eliane Santos Fróes nasceu em Contagem e reside em Ouro Preto. Mãe de Humberto e Álvaro, estudou em uma escola particular de Contagem e logo em seguida ingressou no curso técnico em química, sempre focada nos estudos e carreira, já que, para seus pais, a única herança que poderiam deixar eram os estudos e a formação profissional. Como professora, começou a lecionar aos 21 anos, na rede pública de Belo Horizonte, assumindo aulas de química e física. Costurar, jogar videogame, ler, escrever textos e livros, assistir filmes e séries são seus principais hobbies, considerando que “maternar” é a mais desafiadora e divertida vivência, sendo ao mesmo tempo a mãe que rola de rir com as zoeiras e a mãe que pega no pé com seriedade quando se trata de disciplina e respeito, reconhecendo que ser mãe é parte intrínseca e fundamental da mulher que se tornou.
Roberta Fróes é professora do Instituto de Ciências Exatas e Biológicas (ICEB), do Departamento de Química, do Programa de Pós-graduação em Química da UFOP e integra o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI-UFOP) desde a sua fundação. Na graduação lecionou principalmente as disciplinas Química Geral, Química Analítica e Química Analítica Instrumental para os cursos de Química, Farmácia, Ciência e Tecnologia de Alimentos e Engenharias. Já no mestrado lecionou as disciplinas Química Analítica Avançada e Seminários de Pós-graduação.
Desenvolve projetos de pesquisa voltados para desenvolvimento de metodologias analíticas empregando técnicas espectrométricas aplicadas às diversas áreas como controle e avaliação química de impacto ambiental. Até assumir a vice-reitoria da UFOP desenvolveu pesquisa para o desenvolvimento de metodologia alternativa e sustentável ao uso do mercúrio na extração artesanal de ouro, além da avaliação da correlação do aumento da incidência da patologia Pênfigo Foleáceo em regiões com uso de mercúrio na extração artesanal de ouro.

Em outubro do ano passado, logo após terem vencido a pesquisa paritária para a escolha do reitor e vice da UFOP para o quadriênio 2025-2029, Luciano e Roberta concederam entrevista à Agência Primaz, quando fizeram uma análise da situação da instituição e falaram dos planos a serem implementados na gestão.

