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Hoje é domingo, 19 de maio de 2024

Moradores pedem obra definitiva na Rua João Batista; Vale apresenta proposta para fluxo de caminhões

Secretaria de Obras apresentou proposta de substituição das redes de esgoto e águas pluviais em toda a extensão da rua

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Sobre fundo branco, a logomarca da Agência Primaz, em preto, e a logomarca do programa Google Local Wev, em azul, com linhas com inclinações diferentes, em cores diversasde cores diversas
Fluxo de caminhões na Rua João Batista foi tema da reunião realizada na Prefeitura de Mariana
Reunião debateu alternativas para a solução dos problemas criados pela circulação de veículos pesados, na Rua João Batista, no distrito de Passagem de Mariana – Foto: Igor Varejano/Agência Primaz

Nessa terça-feira (26), a situação da Rua João Batista, no distrito de Passagem de Mariana, ganhou mais um capítulo, com a realização de reunião, no gabinete do prefeito interino de Mariana, Edson Agostinho (Cidadania), da qual participaram moradores do local e representantes do Legislativo e das empresas Vales e Tecnosonda. Desde janeiro os moradores reivindicam alguma ação do poder público para interromper ou diminuir o fluxo de caminhões pesados das obras das empresas, que vêm provocando danos à via.

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Relembre o caso

O encontro, pela primeira vez, teve a presença do prefeito em exercício, Edson Agostinho (Cidadania), enquanto os vereadores Marcelo Macedo (MDB), Adimar (Cidadania) e José Sales (PDT). Também participaram da reunião representantes da secretaria do Meio Ambiente, da secretaria de Obras e do Demutran, além de funcionários das empresas responsáveis pela obra – Vale, concessionária do trecho de linha férrea, e Tecnosonda, terceirizada que cuida da execução da obra de reativação do Trem Turístico que liga Mariana a Ouro Preto.

A empresa alega que são 15 caminhões utilizados na obra, mas apenas 12 operam diariamente. De acordo com um documento apresentado pela secretaria de Obras, assinado pelos funcionários Douglas Rimoli Dicenzo e Samuel Eleutério Pimenta, a quantidade de viagens realizadas todos os dias chega a 120. Em função disso, “com a movimentação dos veículos pesados, houve uma deterioração do pavimento da rua João Batista, causando afundamento da via e comprometendo a rede de drenagem”, diz o documento.

Os representantes da pasta ainda afirmam que foram feitos três reparos paliativos na rua durante o período de chuvas, causando transtornos para os moradores e prejuízo para o município de Mariana.

Vale e Demutran propõem dividir o fluxo de caminhões

Na reunião desta terça, a Vale respondeu às reclamações e ideias de soluções de problemas propostas na primeira reunião com a Câmara, que ocorreu dia 11 de abril. Juntamente com o Demutran, a empresa ofereceu uma solução para o grande fluxo de caminhões, que é apontado por quem mora lá como o causador dos buracos e sedimentos do asfalto.

Os especialistas sugeriram dividir o tráfego de caminhões entre a rua e uma rota auxiliar, no bairro Liberdade. Com isso, os veículos subiriam vazios pela Liberdade e voltariam carregados pela João Batista. De acordo com os representantes da empresa, o controle da operação de transporte de materiais seria maior, minimizando o impacto total dos veículos pesados sob a via. Além disso, dessa maneira, o prazo para término da obra não seria alterado. Oficialmente a obra deve acabar em outubro, mas a empresa afirma que está adiantada e que, no ritmo atual, estima entregar o Trem Turístico até o final de agosto.

A ideia foi tema de longa discussão durante a reunião. De início, os moradores questionaram a mudança de rota, supondo que seria uma transferência de problemas. Essa indagação foi apoiada pelos vereadores presentes, que cobraram uma vistoria técnica no bairro da Liberdade antes de que a mudança fosse implementada.

Moradores se reuniram com representantes dos poderes Executivo, Legislativo e das empresas Vale e Tecnosonda
Moradores se reuniram com representantes dos poderes Executivo, Legislativo e das empresas Vale e Tecnosonda – Foto: Igor Varejano/Agência Primaz

Em função dessa cobrança, nova visita técnica foi agendada para a próxima terça-feira (02 de maio), já que os moradores da rua João Batista acreditam que tiveram as estruturas de suas casas prejudicadas pelo tráfego pesado, com o surgimento de rachaduras nas casas, temendo que isso possa aconteça também no bairro Liberdade.

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O vereador Marcelo Macedo observou que, de reunião em reunião, a discussão avança no sentido de solucionar os problemas. “Desde janeiro que estamos nos reunindo. Agora puxamos a reunião aqui junto com o executivo. Até então a reunião era só com os moradores e as empresas, mas agora creio que as coisas estão evoluindo. E isso é mesmo uma construção de uma comunidade com a empresa mineradora e com a empresa Tecnosonda que é prestadora de serviço, além da presença da Câmara. Eu acredito muito aqui que, nessa reunião de hoje, saímos com algumas tratativas. Vamos fazer uma visita técnica agora no dia 2 de maio. Junto com a equipe também, para olhar uma visita em bloco, eu acho importante essa visita para a gente fazer uma avaliação e daí sair realmente trazendo soluções para Rua João Batista” ressaltou o vereador em entrevista à Agência Primaz.

A moradora Graciele Costa Tonidandel Mafaldo também viu a reunião como positiva. No entanto, reclamou da falta de uma posição definitiva dos atores responsáveis. “Desde quando o ônibus abriu o buraco na via, dia 11 de janeiro, já foram quatro reuniões feitas, sem nada de efetivo realizado”, afirmou.

Projeto apresentado pela Secretaria de Obras somente pode ser executado após o término do tráfegos dos caminhões

A Associação Comunitária Passagense cobrou uma solução definitiva para a rede de esgotos e águas pluviais da rua, principalmente porque o término das obras da Vale/Tecnosonda deve acontecer pouco tempo antes do próximo período de chuvas. Entretanto, a proposta de solução apresentada pela Secretaria de Obras e Gestão Urbana (SEMOB) prevê a substituição completa da rede, em toda a extensão da rua João Batista, o que somente poderia ser feito após o término dos serviços na linha férrea.

A ideia é que a Vale seja parceira da Prefeitura no desenvolvimento e execução do projeto de saneamento da via, mas o representante da empresa alegou que seria necessário um estudo mais detalhado da proposta. Além disso, segundo a SEMOB, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) também deveria ser envolvido no assunto.

Dessa forma, ficou acertada, também para 02 de maio, uma reunião entre a Vale, o Poder Executivo, representado pela SEMOB e o SAAE, para análise da proposta de substituição das redes de esgoto e águas pluviais.

“Vamos ver se, depois dessa visita técnica, teremos uma responsabilidade assumida. Acredito que terá uma contrapartida da Vale, eles disseram que sim. E que seja, né? A obra maior pode melhorar nossa vida, tanto no problema individual, quanto no coletivo” afirmou Graciele.

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