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Hoje é domingo, 19 de maio de 2024

Moradores de Itabirito e distritos relatam perturbação devido a ocorrências de som alto

Entrevistados informam que, quando acionadas, Guarda Municipal e PM não comparecem

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Arte: Lui Pereira/Agência Primaz
Considerada uma cidade pacata, onde os moradores estão acostumados com o silêncio e o sossego, inclusive nos distritos, a realidade de Itabirito parece ser outra atualmente. Com parte da população composta por idosos, além de funcionários de empresas que trabalham em horários variados, inúmeras ocorrências em diversas localidades vêm tirando o sono dos moradores. A pedido, os nomes da maioria dos entrevistados, bem como as ruas, serão omitidos nesta reportagem.

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Ocorrências em bairros durante todo o fim de semana

Bairro Country

Um casal de idosos tem sofrido, durante todo o fim de semana, com a frequência de som automotivos no bairro, além de bares que promovem som alto, estendendo por toda a madrugada. Segundo o relato de um senhor de 70 anos, morador da região, a Guarda Municipal já foi acionada, porém não esteve no local. “No Country, o som alto é sexta, sábado e domingo, no meio da rua, e rola de tudo. A gente chama a guarda, mas não aparecem. Vai chegando sexta feira a gente já fica triste”.

O morador conta que, em uma oportunidade, anotou a placa de um veículo para denúncia, mas que de nada adiantou. Ainda segundo o relato, a música se estende até duas ou três da manhã e recomeça no dia seguinte.

Bairro Santa Rita

Uma moradora relatou a nossa reportagem que a situação também acontece de forma frequente no bairro Santa Rita, em frente a um bar. Porém, o som alto não é apenas dentro do estabelecimento: os frequentadores costumam levar a “festa” para a rua. “Já acionei a PM duas vezes, mas não foram. O último feriado eles começaram na segunda feira, as 13h, e se estendeu até às 8 da manhã do dia seguinte”.

A entrevistada conta que, em sua antiga residência, também no mesmo bairro, acontecia o mesmo e a situação nunca foi solucionada.

Bairro Gutierrez

Diversos moradores relataram que, além de casas, há ocorrências de carros com sons altos que rondam a região. “Passa um carro todos os dias com o som muito alto durante a madrugada, e sempre é o mesmo”.

No mesmo bairro, outro morador relata descaso de vizinhos. “Aqui no bairro Gutierrez muita perturbação ao sono, geralmente finais de semana. Vizinhos que não respeitam os outros. É muito triste, porque tem idosos e doentes e quem precisa dormir para trabalhar a noite”.

Outra moradora relatou que, em determinado bar do bairro, mesmo durante a semana, há situações de som excessivamente alto, inclusive durante a madrugada.

Bairro Calçadas

Uma moradora da localidade relatou que, em alguns bares da região, há ocorrências de som alto durante todo o final de semana.

Vila Gonçalo e Saudade

Relato sobre o uso de som excessivo também foi identificado nesses bairros. No bairro Saudade, há relato de carros circulando com som em alto volume, e uma moradora do local já identificou a presença do mesmo veículo, já conhecido na região, também durante a madrugada.

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Distrito de São Gonçalo do Bação: localidade já foi conhecida pelo sossego

Um dos distritos mais conhecidos de Itabirito é São Gonçalo do Bação. Na região, além de sítios, frequentados nos finais de semanas, há diversos moradores, alguns deles já idosos.

Os pais de Débora Aragão moram no local há mais de 20 anos. Ela relata a falta de respeito de pessoas que visitam o local. No último final de semana, Débora relatou que a música começou na noite de sábado e só encerrou na manhã de domingo. “O barulho começou no sábado a noite e foi até 07:10h da manhã. Casa tremendo toda com o barulho, parecendo que o som estava dentro de casa. A frequência sempre nos finais de semana, principalmente quando está mais quente”.

A moradora informou que acionou as autoridades, mas nada foi feito. “Eu liguei no 190, o atendente informou que havia registrado, não apareceu ninguém. As 03:00h da manhã como estava muito barulho, liguei na PM de Itabirito e o policial que atendeu disse que não podia deslocar viatura para lá, para ligar no 190”.

Débora afirma que o problema não é a música, mas o uso excessivo do volume e os horários indiscriminados. “As pessoas precisam ter respeito. Não tem problema ouvir música, desde que respeite o limite do outro”.

Segundo Aragão, os moradores andam muito assustados com as ocorrências.

Esse lugarejo é habitado por pessoas mais antigas, acostumadas a trabalhar no campo. Há 20 anos que meus pais moram lá e é a primeira vez q esta dessa forma. Moradores humildes, todos assustados e horrorizados com esse barulho”.

Em todas os relatos, tanto polícia militar quanto guarda civil foram acionados, mas não compareceram nos locais.

O que diz a lei municipal

Segundo o artigo 64 do código de posturas do município de Itabirito, “os proprietários de estabelecimentos em que se vendem bebidas alcoólicas, serão responsáveis pela ordem nós mesmos”.

“Parágrafo único: as desordens, algazarra ou barulho, por ventura forem verificados nós referidos estabelecimentos, sujeitar ao os proprietários a multa, podendo ser cassada a licença para seu funcionamento nas reincidências”.

Ainda no código de posturas, em seu artigo 65, “é expressamente proibido perturbar o sossego público com ruídos ou som excessivos evitáveis, tais como:

II – os de buzinas, clarins, tímpanos, campainhas ou quaisquer outros aparelhos;

VII – batuques, contados ou outros divertimentos congêneres sem licença das autoridades”.

Polícia Militar e Secretaria de Segurança não se manifestam

Nossa reportagem entrou em contato com a Polícia Militar e a Secretaria de Segurança, a fim de obter esclarecimentos sobre as chamadas em diversas ocorrências e o não comparecimento das autoridades. Além disso, questionamos os números de ocorrências registradas e a solução para os problemas. Entretanto, não recebemos resposta de nenhum dos órgãos.