A realidade da Educação em Itabirito e os desafios para o futuro

Deficiências no município com relação à educação infantil e ao ensino fundamental são colocadas em discussão no período eleitoral

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A falta de vagas para a Educação Infantil (de 0 a 3 anos) é uma das principais carências em Itabirito. – Foto: Carina Toledo/Agência Primaz

Durante o período eleitoral, assim como em todos os municípios, a educação é tema de propostas de todos os candidatos e candidatas à Prefeitura Municipal, no intuito de promover a melhoria (especialmente da Educação Infantil e Fundamental) na cidade, como a criação de um currículo específico da rede municipal de ensino (conforme as Diretrizes Nacionais e a Base Nacional Comum Curricular- BNCC); investimentos na formação dos profissionais da educação e realização de parceria com universidades; revisão dos planos de cargos e vencimentos com a participação dos profissionais, abertura de concursos públicos; reformas das instalações escolares e construção de novas escolas para atender a educação infantil; investimentos em tecnologia, além da ampliação da oferta da educação em tempo integral, entre outras.

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Face à importância do assunto, considerando ainda que são muitos os desafios a serem enfrentados, a Agência Primaz ouviu alguns profissionais da área na cidade, com o objetivo de se promover um debate mais aprofundado, em termos da situação atual em que se encontra a educação em Itabirito.

Desafios e dificuldades do ensino nas áreas urbana e rural

De acordo com uma fonte que atua em um CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil) na cidade – que pediu para ter seu nome omitido na reportagem-, várias são as dificuldades enfrentadas pelos profissionais da Educação Infantil. Entre elas a falta de reconhecimento e valorização da categoria; o registro das professoras como monitoras escolares, mesmo desempenhando a função de professora; a instalação da maioria dos CMEI’s em casas alugadas pela Prefeitura, resultando em espaço muito restrito para muitas crianças, além da falta de local apropriado para atividades de recreação das crianças.

A maioria dos imóveis onde funcionam os CMEI’s são alugados pela Prefeitura. – Foto: Carina Toledo/Agência Primaz

Também foram mencionadas carências em relação ao número de profissionais para atender a demanda da educação infantil no município e às vagas para atendimento a crianças até 3 anos.

Sobre as dificuldades específicas da educação infantil, a professora comenta: “Somos desafiados todos os dias a levar uma educação de boa qualidade para nossos alunos. Acredito que o município poderia investir mais na qualificação profissional, oferecendo cursos de graduação, formação continuada. A construção de CMEI´s também seria importante para sanar as demandas por vagas, como a realização de concurso público para contratação de mais mão de obra”.

Já na área rural, segundo o relato de outra professora educação infantil, uma das principais dificuldades é com relação ao transporte. Alguns alunos moram muito longe e, na época de chuva, as condições da estrada se agravam, o que acaba atrasando bastante o horário das aulas.

O ideal seria que as crianças pudessem ter creches próximas da região em que moram, pois muitas crianças pequenas têm que enfrentar as péssimas condições da estrada de terra, principalmente nos períodos de chuva. Além disso, muitos alunos também acabam desistindo de estudar, fazendo que o ano letivo sempre acabe com o número reduzido de alunos. Acredito ser de extrema importância a construção de CMEI´s há já visto o crescimento na demanda do número de alunos”, argumenta a professora.

Ensino Fundamental

No ensino fundamental as principais dificuldades apontadas foram as salas muito cheias, falta de equipamentos e internet, além da escassez de materiais diversificados (materiais manipuláveis).

A grande demanda por vagas no Ensino Fundamental impõe a necessidade de construção de novas escolas. – Foto: Carina Toledo/Agência Primaz

Acredito que a solução seria a criação de mais escolas de ensino fundamental para que as salas não fiquem tão cheias, acesso à internet e equipamentos adequados para o uso em sala de aula, materiais manipuláveis para todos os alunos, como também a realização de capacitação para os professores”, relatou uma professora que atua no ensino fundamental da cidade, também na condição de não ter seu nome publicado.

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Educação e acessibilidade

A adaptação de imóveis para funcionamento como escolas compromete a acessibilidade. – Foto: Carina Toledo/Agência Primaz

Uma das propostas com relação à Educação em Itabirito, diz respeito à execução de reformas das escolas, de modo que seja feita uma adaptação das mesmas para o atendimento a alunos com necessidades especiais. E, em meio ao desafio das escolas de se adequarem a essa questão, nossa reportagem também falou com algumas mães que fazem parte da Associação dos Deficientes de Itabirito (ADI), entidade que tem por objetivo levar mais qualidade de vida para pessoas com deficiência física, visual ou neurológica.

Uma das grandes dificuldades que enfrentamos é com relação ao espaço físico (que não é adaptado de acordo com as necessidades dos alunos), além da falta de preparo dos professores para lidar com os nossos filhos. Acredito que poderiam ter mais cursos de capacitação, de modo a oferecer uma rede de apoio a esses profissionais”, destaca a mãe de uma criança com paralisia cerebral.

Ainda sobre o tema da acessibilidade, uma outra mãe destaca o preconceito que sua filha sofre, inclusive em termos do despreparo dos professores para lidar com suas necessidades especiais.

“Infelizmente nossos filhos têm muitas dificuldades que precisam ser vencidas todos os dias, como falta de profissionais mais preparados, espaço inadequado, além do preconceito que lamentavelmente acontece constantemente. Acredito que precisamos de preparar melhor os profissionais da Educação para além de auxiliar os alunos, para também somarem esforços com os pais, que tanto sofrem as dificuldades na pele”, destaca a mãe de duas filhas com paralisia cerebral.

Nota da Redação: Como ressaltado no texto, as pessoas entrevistadas por nossa reportagem solicitaram que não fossem identificadas nesta matéria.

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