Um direcionamento para as MPE

Os textos publicados na seção “Colunistas” não refletem as posições da Agência Primaz de Comunicação, exceto quando indicados como “editoriais”

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Um em cada 3 brasileiros entre 18 e 64 anos tem ou está abrindo o seu próprio negócio.

Esse é o resultado apontado por uma pesquisa do GEM – Global Entrepreneurship Monitor realizada em 2014.

Somente no primeiro semestre de 2018 mais de 500 mil novas empresas foram abertas no Brasil. Dados recentes publicado pela Folha de São Paulo, mostram que nos meses de abril e março deste ano, apesar da pandemia, foram abertas quase 200 mil novas empresas no país, contra aproximadamente 60 mil fechamentos. Nos primeiros 04 meses deste ano, mais de 1 milhão de novas empresas foram abertas, representando um aumento de 1,2% comparativamente ao último quadrimestre de 2019.

Por outro lado, dados do IBGE mostram que mais da metade das empresas abertas no Brasil na última década sobreviveram por mais de cinco anos.

Esse movimento me remete ao livro “O Mito do Empreendedor”, de Michael Gerber. O best-seller cita que algumas empresas não conseguem prosperar e crescer, mais por força da mentalidade dos seus donos do que de fatores externos.

Em linhas gerais, ele menciona que os donos das MPE acreditam que, por entenderem das questões técnicas, que na maioria das vezes são exatamente aquelas que os levaram a empreender, eles não precisam entender das questões estratégicas do negócio, que são as que sustentarão as suas empresas no médio e longo prazo.

O autor sugere, então, que determinadas habilidades são necessárias para se ter uma empresa bem-sucedida e como os donos das MPE podem atuar nelas.

Como nós, humanos, as empresas possuem as suas fases de crescimento e evolução e maturação, desde a sua infância até a fase adulta. E no nosso exemplo brasileiro, a “mortalidade infantil” das empresas é altíssima.

Longe de querer apontar culpa ou culpado, a minha observação vem no sentido de alerta aos responsáveis. Sim, porque quando uma empresa mergulha em dificuldades econômicas e financeiras e quebra, ela deixa responsabilidades a serem cumpridas e pessoas responsáveis a cumpri-las.

 

Por trás do mito

É comum que se vejam os empreendedores como pessoas nobres em uma jornada para fazer do mundo um lugar melhor, mas isso é um mito!

A maioria das empresas começa com a ideia (ou necessidade) de profissionais técnicos – pessoas que têm habilidades naquilo que gostam de fazer – que descobriram que preferem trabalhar para si próprias. Geralmente são profissionais muito bons em sua área técnica, que tiveram uma inspiração (ou necessidade) e decidiram começar seu próprio negócio.

E é aí que reside o grande perigo!

Além de técnico, o agora empresário, precisa entender de gestão de negócios, de vendas e marketing, de liderança e de captação de clientes, de contabilidade, de finanças e de gestão de pessoas.

Precisa conhecer a sua cadeia de valor de fornecedores e de clientes e com eles, planejar a sua produção, a sua entrega o seu desembolso e necessidade de capital.

Não raro, os dias se tornam curtos, a saúde fica debilitada, o relacionamento familiar abalado e famoso sócio chamado governo não tarda a cobrar a sua parte do bolo, ainda que inexistente sob a ótica tangível.

 

Empreendendo em tempos de pandemia

É claro que o momento atual nos exige um novo comportamento. Ficou bonito (mas também já está pra lá de chato) falar em novo normal.

Não quero minimizar a pandemia, longe disso, mas este é mais um dos desafios aos quais vencemos ao longo da história. A grande questão é que, para vencer, tem-se que jogar. Ou seja, temos que nos mover, fazer, ser, para só depois pensarmos no ter.

O desenvolvimento de novos produtos, de inovações, de tecnologias e de oferta de serviços exige muito de todos, cada um na sua responsabilidade, mas aqui quero destacar a nós, pequenos empresários.

Pensa-se muito na solução, antes do real conhecimento e entendimento da causa.

Lanço aqui uma provocação: será realmente a pandemia a grande culpada pela realidade das nossas empresas hoje?

Se a resposta for SIM, tudo bem, como EU vou responder a isso?

E se a resposta for NÃO, tudo bem também; como EU vou responder a isso?

Chega de “fazejamento”

Uma importante ferramenta para o gestor que está reorganizando, mudando rumos, desenvolvendo um novo produto ou um novo projeto na sua empresa, é o roadmap. Isso porque essas são atividades complexas, que possuem muitas etapas e demandam bastante organização para que tudo corra como se espera.

Na realidade, essa organização é essencial já no primeiro passo do projeto, que é começá-lo.

Como o próprio nome já sugere, roadmap é um termo em inglês que pode ser traduzido como “roteiro”, ou “mapa da estrada”, em uma tradução literal. Trata de “quebrar” o projeto em várias tarefas menores.

Como falei, repito, em momento como o atual, quando estamos falando de novas ideias e inovações que envolvem outras pessoas, profissionais, tecnologias e mercados, faz-se essencial um planejamento dessas mudanças.

Com um roadmap nas mãos a comunicação interna fica mais eficiente e evita-se o atropelo.

Não vamos dizer que não é possível desenvolver um novo produto, uma expansão, um redirecionamento da empresa, por exemplo, sem um roadmap. Fazer isso, porém, é assumir o risco de demorar muito mais tempo para alcançar o objetivo, além de se expor a riscos desnecessários, gastando-se o que muitas vezes nem se tem.

Isso significa que mais recursos e energia serão investidos, ou seja, a reorganização, o desenvolvimento do produto, da expansão, da inovação, do redirecionamento, terão custado muito mais do que deveria e foi previsto.

(*) Alexandre Ribeiro é Engenheiro Civil (UFOP), com Especialização em Administração Pública (FAAP/SP) e MBA em Marketing (IBMEC). Formou-se como Master Coach e Executive & Business Coaching pela SBCoaching, Empresa da qual é franqueado, atuando como Mentor de Engenheiros e Business Coaching para empresas de diversos segmentos.

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