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Hoje é quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Entrevista Primaz – Welbert Stopa

Welbert Stopa é funcionário público municipal, em Mariana, desde 2007
Welbert Stopa é funcionário público municipal, em Mariana, desde 2007 – Foto: Ana Beatriz Justino/Agência Primaz

A Entrevista Primaz desta semana é com Welbert Stopa, Coordenador da Defesa Civil de Mariana, abordando o papel da instituição; sua estrutura; as estratégias de prevenção e resposta a desastres no município; além da importância da colaboração da população, especialmente durante o período chuvoso. Confira, no link, o vídeo com a íntegra e, abaixo, a reprodução dos principais temas da entrevista.

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Perfil e trajetória de Welbert Stopa

Bacharel e pós-graduado em Teologia, também é pastor de uma igreja evangélica em Mariana. Sua motivação principal é ajudar as pessoas, o que o conecta com o perfil da Defesa Civil.

Ingressou no serviço público municipal como vigilante, em 2007, tendo sido aprovado no concurso para a terceira turma da Guarda Municipal, atual Polícia Municipal, no ano seguinte. Um ano depois, juntou-se ao pelotão de Defesa Civil criado dentro da corporação, onde atua desde então.

Estrutura e Atuação da Defesa Civil de Mariana

A Defesa Civil de Mariana está vinculada à Polícia Municipal, seguindo uma tendência observada em coordenadorias estaduais e outras cidades, devido à necessidade, no entendimento de Welbert Stopa, “de disciplina e hierarquia em situações sérias”. Atualmente, em Mariana, conta com seis policiais municipais especializados em gestão de risco de desastre, com formação complementar (assistentes sociais, pedagogos, engenheiros, enfermeiros), além de contar com mais 145 policiais municipais para apoio, atuando em cinco etapas: prevenção, mitigação, preparação, resposta e reconstrução.

Cabe à Defesa Civil a coordenação das ações, mas o trabalho envolve toda a administração pública e secretarias (Obras, Ação Social, Saúde, Meio Ambiente, etc.), cada uma com funções definidas no plano de contingência.

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Preparação para Períodos de Risco

No período de seca, com grande ocorrência de incêndios, o gerenciamento cabe, principalmente à Secretaria de Meio Ambiente com o apoio do Corpo de Bombeiros Militar, mas a Defesa Civil apoia em casos extremos, ativando o Sistema de Comando de Operações (SCO) para sincronizar agências.

De acordo com Welbert Stopa, a situação este ano foi bem menos complicada uma vez que houve um trabalho de prevenção “muito bom” em 2023/2024, evitando que o “anel de fogo” de anos anteriores cercasse a cidade.

Já para o período chuvoso, propenso a riscos de inundação, alagamento, e deslizamento de terra, Stopa relatou que foi realizado o mapeamento de áreas de risco e elaborado o Plano Municipal de Redução de Risco (PMRR), repassado ao executivo para a adoção de medidas estruturais, entre as quais a definição do plano de Contingência, de caráter modular e flexível, que define diretrizes e funções de cada secretaria para atuar durante o período chuvoso.

Na apresentação das realizações dos 100 primeiros dias de governo, Juliano Duarte destacou as obras para prevenir os problemas causados pela chuva na Rua Élvio Moreira Morais
Na apresentação das realizações dos 100 primeiros dias de governo, Juliano Duarte destacou as obras para prevenir os problemas causados pela chuva na Rua Élvio Moreira Morais – Foto: Maria Eduarda Marques/Arquivo Agência Primaz

Relembrando que, de tempos em tempos, Mariana sofre com enxurradas bruscas e alagamentos, o Coordenador da Defesa Civil destacou que as mudanças climáticas têm intensificado esses eventos, com chuvas volumosas em curtos espaços de tempo, mas que o monitoramento meteorológico, realizado em convênios com empresas especializadas, com o sistema de inteligência estadual, e apela análise de dados obtidos nas bases meteorológicas instaladas na cidade, permitem alertas com até duas horas de antecedência.

Outro ponto destacado por Welbert Stopa foram as obras de contenção e prevenção que vem sendo feitas na cidade, o desassoreamento de córregos da sede do município e, preventivamente, a instalação de um abrigo provisório no Centro de Convenções, para atendimento a situações de eventual necessidade de retirada de pessoas de locais de risco.

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Bacia de dissipação construída nos arredores da Travessa Monsenhor Rafael Coelho
Bacia de dissipação construída nos arredores da Travessa Monsenhor Rafael Coelho – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

Desafios e responsabilidades da população

Welbert Stopa considera que não se pode mais falar em desastres naturais, mas sim em “desastres socialmente construídos”, uma vez que a maioria desses casos é agravada por ações humanas, como descarte irregular de lixo em córregos; ocupações irregulares em áreas de risco e escavações e movimentação de terra em período chuvoso, este último, inclusive, proibido por decreto municipal).

Em função disso, a Defesa Civil busca desenvolver uma cultura de prevenção, onde cada cidadão faça a sua parte para evitar problemas como dengue, incêndios e deslizamentos, ao mesmo tempo que realiza o monitoramento contínuo de áreas de risco, incluindo o uso de drones para atuar preventivamente.

Preparação Atual para o período de dezembro a março

Welbert Stopa revelou que as secretarias municipais estão sincronizadas, com reuniões quinzenais e equipes de sobreaviso, com alocação de recursos (humanos, materiais, maquinário) para eventos adversos, com uma grande preocupação em virtude da possibilidade de um período com bastante precipitação de chuva.

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Mensagem à população e canais de acionamento da Defesa Civil

No final da entrevista, Welbert Stopa fez um apelo à colaboração e atenção da população, disponibilizando os canais de acionamento da Defesa Civil, localizada na Praça Gomes Freire (Jardim) 220, que pode ser acionada pelos telefones 199 e 3558-4412, pelo WhatsApp (31) 99647-4625, podendo recorrer ainda ao 153, da Polícia Municipal.

Para receber alertas por SMS, o CEP da residência pode ser registrado no canal 40199, permitindo o recebimento de alertas de risco com antecedência.

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