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Hoje é terça-feira, 2 de dezembro de 2025

SeMANA AFROfeminista encerra com dança, DJs e muita celebração

Com aulão de dança e quatro DJ’s, a IX SeMANA AFROfeminista encerrou com um clima alto astral

O encerramento aconteceu na Galeria Gameleira, no bairro Antônio Dias, lugar em que deram início a IX SeMANA AFROfeminista
O encerramento aconteceu na Galeria Gameleira, no bairro Antônio Dias, lugar em que deram início a IX SeMANA AFROfeminista - Foto: Eduarda Belchior/Agência Primaz

A IX SeMANA AFROfeminista encerrou com chave de ouro no último sábado (29), com a presença de DJ Viviane Barcellos, DJ Osupa, Djahi Amani e Jô Marçal e um aulão de dança comandado por Gabi Augusta. Marcado por rodas de conversa, oficinas em escolas, apresentações artísticas e encontros comunitários, a edição deixou como principal legado a criação de espaços seguros para aquilombamento, escuta e fortalecimento coletivo, reafirmando o afeto, a ancestralidade e a potência das mulheres negras.

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Aprendizado e aquilombamento

O encerramento da IX SeMANA AFROfeminista consolidou a força de um evento que, ano após ano, reafirma o papel das mulheres negras. Para quem passou pelos encontros, a sensação comum é de acolhimento, potência e produção de memória.

Para a intérprete de Libras Marisa Martinho, que atuou em diversas atividades da programação, a semana foi “muito proveitosa”, unindo dimensões profissionais e pessoais. Marisa destaca o cuidado da organização em trazer histórias de mulheres mais velhas, “o impacto de conhecer a história de um lugar que eu vivo todo dia por um olhar de uma pessoa que está aqui há muito mais tempo”, e conta que o afeto materializado em torno da comida e da mesa compartilhada em muitos momentos também marcou sua vivência. 

Rafaela Almeida, também intérprete no evento, reforça esse sentimento, afirmando que a semana foi “muito enriquecedora”, pela escuta ativa das histórias de tantas mulheres e, para ela, muitas dessas trajetórias passam despercebidas no cotidiano, mas revelam potências transformadoras quando encontram espaços para serem ditas. 

DJ Osupa na festa de encerramento da IX SeMANA AFROfeminista
DJ Osupa na festa de encerramento da IX SeMANA AFROfeminista - Foto: Eduarda Belchior/Agência Primaz

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Para Bárbara Gonçalves, assistente de produção da IX SeMANA AFROfeminista, o evento pode ser resumido em duas palavras: “felicidade e resistência”. Em sua primeira participação na organização, ela se emocionou com o acolhimento que recebeu, principalmente nas oficinas realizadas nas escolas, “às vezes a gente deixa muito esses espaços escolares de fora e a arte, ela tem um impacto muito importante para esses meninos, porque você trabalhar com eles a partir do diálogo deles das vivências deles, faz diferença e eles se sentem mais acolhidos”. 

Klevilaini é coordenadora de comunicação IX SeMANA AFROfeminista, e para ela foi uma semana de muito aprendizado, “eu pude perceber que eu não tô lutando sozinha, que as minhas experiências não são individuais, tem pessoas que estão lutando comigo, que podem lutar comigo e que também passam por coisas parecidas”, comenta.

A identificação e o espaço para o aquilombamento ultrapassa as barreiras do tempo
A identificação e o espaço para o aquilombamento ultrapassa as barreiras do tempo - Foto: Eduarda Belchior/Agência Primaz

Essa percepção de Klevilaini é muito importante quando se fala das vivências de mulheres negras, mas reverbera na comunidade negra como um todo. Durante a festa de encerramento, o aulão de dança em conjunto com o repertório das DJ’s composto por músicas de artistas negras e negros, gerou identificação naqueles que passavam pela rua e ficavam para aproveitar. 

Após o sucesso do evento, a expectativa para 2026 é que ele aconteça durante o mês de julho, durante a Semana Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrada anualmente na semana do 25 de julho.

Foto de Eduarda Belchior
Eduarda Belchior é graduanda de Jornalismo na UFOP e estagiária na Agência Primaz de Comunicação, com interesse em jornalismo cultural, político e de gênero.