IX SeMANA AFROfeminista discute mulheridade negra e saúde mental

Realizar a SeMANA AFROfeminista em Ouro Preto, é reafirmar a importância de disputar narrativas em uma cidade em que todo o patrimônio cultural, material e simbólico foi construído pelo trabalho de pessoas negras escravizadas. 

Em muitos aspectos Ouro Preto continua uma cidade que marginaliza os cuidados com a população negra e a sua visibilidade e, quando um projeto recebe um incentivo financeiro através de um edital público e promove debates, oficinas e performances, colocando as mulheres negras como produtoras de conhecimento, como referência estética e intelectual e como protagonistas, o coletivo cria laços, espaços de escuta e fortalecimento. 

A abertura da SeMANA AFROfeminista deste ano foi marcada pela exposição de Gessimara Barbosa na Galeria Gameleira, um espaço que por si só já desafia a lógica da arte em Ouro Preto. Psicóloga, artista e mulher negra, Gessimara transforma sua própria trajetória em linguagem estética e política quando sua exposição é construída a partir do entendimento de si. 

Em diálogo com Gessimara, a presença de Laís Amaral na roda de conversa ampliou a discussão sobre mulheridade negra ao trazer a perspectiva territorial. Mulher negra que saiu de Belo Horizonte para atuar em Ouro Preto, Laís encontrou em Antônio Pereira semelhanças com a sua comunidade no Alto Vera Cruz.