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Hoje é quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Curta sobre mineração predatória estreia esta semana em Mariana

O filme “Tudo que é sólido desmancha no ar” aborda a “privatização do ar”, em um distrito fictício tomado pela mineração predatória

A equipe de produção do curta sobre mineração predatória é composta por profissionais independentes da Região dos Inconfidentes
A equipe de produção do curta sobre mineração predatória é composta por profissionais independentes da Região dos Inconfidentes - Foto: Anthony Christian/Divulgação

A estreia do curta-metragem  “Tudo que é sólido desmancha no ar” tem entrada gratuita e acontece neste domingo (30), às 18h30, no Cine Teatro Municipal de Mariana. A exibição marca a finalização de um longo percurso de produção da Miratú Filmes, uma produtora independente da região, da história que propõe um olhar crítico para mineração, atividade econômica muito explorada em Minas Gerais.

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Sinopse e ficha técnica

O filme acompanha Carlos, interpretado por Kaio Serafim, que trabalha na mineração e mora no distrito de Antônio Borba, um espaço fictício que é cercado e afetado pela atividade minerária predatória. Usando uma filmadora, o personagem começa a registrar o cotidiano nesse lugar depois da “privatização do ar”. 

“Tudo que é sólido desmancha no ar” tem direção de Anthony Christian e Laura Borges, e a inspiração para o projeto veio a partir do contato com a mineração, na Região dos Inconfidentes.

Em entrevista concedida à Agência Primaz, os diretores comentaram sobre como o tema está no cotidiano dos mineiros.

Seja pelos livros de história, por trabalhar, ou conhecer alguém que trabalha na área, pela propaganda constante das mineradoras, pela observação das inúmeras montanhas cortadas que vemos em qualquer estrada do estado, ou pelo simples fato de existir gente vivendo sob o risco iminente de uma barragem de rejeitos se romper – Anthony Christian

A ideia da narrativa do filme ser em torno do acontecimento da privatização do ar veio da privatização da água de Ouro Preto. “Um município que, historicamente, tinha o costume de não pagar por esse bem natural. Quando a população se viu obrigada a pagar contas abusivas após a privatização do serviço para uma empresa estrangeira, isso gerou revolta popular. Usar essa situação como ponto de partida para imaginar uma realidade em que o ar foi privatizado foi a nossa maneira de criticar a mineração em si”, relata a diretora Laura Borges.

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Trilha sonora do curta

Além das críticas sociais, o curta envolveu a comunidade artística de Mariana e Ouro Preto. Em outubro, a Praça Minas Gerais foi palco da gravação do clipe da música tema do filme. A composição de Aquiles, O Poeta e Lil Tim se enlaça ao filme retratando em sua letra as tensões vividas no território, em um clipe que conta com a participação de outros artistas locais e com alunos do rapper Aquiles, O Poeta.

Foto de Ana Beatriz Justino
Graduanda em jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e estagiária na Agência Primaz. Possui grande atração por gênero, cultura e politica.