- Mariana
Armazém Beer apresenta crocância mineira no Festival Botecando
Para alcançar diferentes paladares, o Armazém apostou na releitura do torresmo mineiro, o Toucinho de Barriga Empanado
- Eduarda Belchior
- Ana Beatriz Justino
A jornada pelos bares participantes do 1º Festival Botecando continua na Agência Primaz, e o estabelecimento visitado, desta vez, foi o Armazém Beer. Localizado a poucos metros da Praça Gomes Freire, o bar apostou em um toucinho de barriga empanado como prato competidor. Acompanhado de batatas rústicas e sugerido por um cliente assíduo, o prato tradicional mineiro passa por uma repaginada e vem encantando os que já frequentavam o lugar e aqueles que aparecem pelo Festival Botecando.
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Um clássico mineiro
Conhecido por todo Brasil, o toucinho de barriga ou torresmo mineiro ganha destaque em Minas Gerais, o preparo é uma pedida certa para quem quer apreciar o que o estado tem a oferecer. Feito com um corte mais suculento da barriga do porco, o petisco que, naturalmente, tem uma crocância por fora e uma maciez por dentro, ganha uma nova camada de sabor no Armazém. Empanado, o torresmo característico passa para outro nível de crocância, deixando o tradicional com uma nova faceta. O preparo é acompanhado por dois tipos de molho, um de alho e outro de mel com um pouco de pimenta, e ambos complementam a experiência de se deliciar com o quitute, equilibrando o paladar.
Apesar de conquistar o paladar de quem o experimenta, o toucinho não foi a primeira opção de prato a fazer parte da competição. Valério Freitas, dono do Armazém, conta que, a princípio, o prato competidor seria um arroz de costela, mas não se enquadrava como petisco para competição. O proprietário se lembrou da sugestão de um cliente amigo e a panceta de porco empanada entrou como concorrente. O prato foi sendo atualizado com uma farinha que alcança um resultado mais crocante e a batata frita tradicional foi substituída por uma batata rústica buscando mais sabor e se destacando dos outros pratos da casa.
O tira-gosto custa R$52,90 e de acordo com Valério, “eu acho que uma cervejinha, uma cachacinha cai bem. A cachacinha, talvez uma tequila também. Eu não sou muito chegado na tequila não, mas a cachaça, a cervejinha desce bem”.
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Armazém Beer: ponto de encontro de um fim de tarde
O bar recebe diferentes públicos, desde amigos que vão curtir o fim de semana com uma cerveja gelada até famílias que procuram um refresco na semana. A proposta, segundo o proprietário, é “tentar agradar a todos, né?”. Para saber que chegou ao lugar certo, basta encontrar uma fachada colonial com uma placa com luzes coloridas e, durante o festival, bandeirinhas adornam a frente do bar. A música ambiente, as conversas descontraídas, e os jogos de futebol passando nas televisões, deixam um clima leve de convivência.
O Armazém é um ótimo lugar para reunir os amigos para comemorar, as cadeiras e mesas de madeira, tradicionais dos bares, que podem se tornar uma grande mesa de comemoração, mas não deixa de ser um espaço que acolhe quem vem sozinho para aproveitar as delícias produzidas pela casa.
Valério inscreveu o Armazém pensando em aumentar sua clientela, “foi mais pelo marketing mesmo, porque muitas pessoas não conhecem o bar, mesmo sendo próximo ao jardim, muita gente não conhece. Às vezes, a pessoa chega no jardim, mas não vem aqui, porque não conhece”. O proprietário se sente satisfeito com a votação pública, porque acredita que o prato tem que agradar quem frequenta o ponto de encontro. O empreendedor acredita que o evento marcará o calendário de festividades do município, mas que, como todo projeto piloto, pode melhorar cada vez mais.
De onde nasceu o Armazém
Valério Freitas conta que o bar foi algo que surgiu em sua vida. Um colega de trabalho, com quem sempre quis empreender, chegou com a nova oportunidade. O lugar que hoje recebe o nome de Armazém Beer foi, em vidas passadas, uma boate. Quando pegaram o ponto um mês depois veio a pandemia, então o lugar ficou fechado para reforma e hoje se apresenta como o ponto de encontro que conhecemos.
O dono do estabelecimento se sente realizado por ter o bar, já que significa conhecer pessoas diferentes, mesmo que às vezes o trabalho não seja tão tranquilo.
Comida de Bar, Boteco e Botequim
O Festival Botecando – Comida de Bar, Boteco e Botequim – não é apenas uma disputa gastronômica, mas uma “celebração da identidade marianense, reunindo sabores, histórias e tradições que refletem a hospitalidade e o modo de viver de seu povo”.
O evento, que vai de 5 de novembro a 7 de dezembro de 2025, visa fortalecer a economia local, impulsionar o turismo e valorizar o patrimônio cultural de Mariana. A competição transforma os bares em “verdadeiras vitrines da cultura popular”.
Nesta primeira edição são 14 estabelecimentos participantes, cada um com seu tira-gosto de livre escolha (tradicional ou inédito), com preço máximo de R$60,00. O público tem a palavra final na votação, que acontece via aplicativo “Conecta Mariana” ou QR Code nos bares, entre os dias 6 de novembro e 3 de dezembro.
Os prêmios são um incentivo e tanto: R$10 mil para o primeiro colocado, R$7 mil para o segundo e R$5 mil para o terceiro. Há ainda um prêmio de R$3 mil para o “Bar Mais Visitado”, recompensando aquele que conquistar o maior público.
O encerramento do Festival Botecando está marcado para 7 de dezembro, na Praça Gomes Freire, com uma grande festa que contará com atrações musicais, apresentações artísticas e a entrega das premiações.
Graduanda em jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e estagiária na Agência Primaz. Possui grande atração por gênero, cultura e politica.