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Hoje é quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Entrevista Primaz – Marinalva de Brito

Marinalva de Brito concilia sua carreira de atleta com atuação como analista de sistemas, treinadora voluntária e doutoranda em Nutrição e Saúde
Marinalva de Brito concilia sua carreira de atleta com atuação como analista de sistemas, treinadora voluntária e doutoranda em Nutrição e Saúde – Foto: Eduarda Belchior/Agência Primaz

Marinalva de Brito foi a convidada para a edição nº 110 da Entrevista Primaz. Integrante da Seleção Brasileira Master de Atletismo, treinadora de atletismo da UFOP e treinadora voluntária, além de Mestre em Educação Profissional e Tecnologia, Marinalva conquistou, recentemente, cinco medalhas no Brasileiro de Atletismo Master. Confira, no link, a íntegra da entrevista e leia abaixo alguns trechos de destaque da conversa com clicando no link e leia alguns trechos de destaque do bate papo com Joyce Campolina, graduanda em Jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

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Trajetória esportiva de Marinalva de Brito

A jornada de Marinalva, no atletismo, começou em 2011, por recomendação médica após um período de depressão. Inicialmente corredora de rua – sendo a penúltima em sua primeira prova de 16km -, ela foi convidada para a Seleção Brasileira Master em 2013. Um treinador sugeriu que ela migrasse para provas de explosão devido ao seu biotipo, levando-a a competir no pentatlo e em provas de lançamento.

Devido à síndrome da fadiga crônica, ela precisou de uma nova adaptação, focando em arremesso de peso, dardo, disco, martelo e martelete, modalidades nas quais obteve grande sucesso, incluindo recordes brasileiros e medalhas internacionais.

Participação de Marinalva de Brito na prova de lançamento de dardo, em setembro
Participação na prova de lançamento de dardo, em setembro – Foto: Reprodução

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Marinalva “Multifunção” de Brito

Na entrevista, Marinalva detalhou como concilia suas múltiplas facetas, como analista de sistemas, doutoranda, treinadora voluntária, atleta e mãe, enfatizando a disciplina necessária e a importância de estabelecer uma priorização adequada aos seus propósitos. Mencionou também o ambiente de camaradagem no atletismo master, onde o foco está na saúde e na socialização, e não apenas na rivalidade.

No doutorado em Nutrição e Saúde, na UFOP, Marinalva de Brito foca em atletas master femininas, buscando desenvolver políticas públicas voltadas para esse segmento, na busca pela superação dos desafios do atletismo no Brasil, como a precariedade de espaços físicos e a falta de patrocínio, além da necessidade de mais visibilidade, para além do futebol.

Desafios, conselhos recebidos e viradas na carreira de Marinalva

Entre as citações mais marcantes na entrevista, Marinalva destacou a guinada no direcionamento de sua carreira, a partir de um conselho: “Guria, tu não tem porte físico ‘pra’ fundista. Volta ‘pro’ Brasil e tenta provas de explosão“.

Sobre a emoção de subir ao pódio, a atleta diz que, “na hora que eu subo naquele pódio, eu sinto tanto orgulho, sabe? Eu falo assim: ‘Nossa, eu saí lá de trás, passei a minha vida inteira para chegar aqui hoje“, revela, afirmando que sua frase favorita motivacional é: “Nunca é tarde pra gente começar“.

Ao refletir sobre a importância do esporte, destacou que “não é só o saldo só da medalha, sabe? Não é só você estar ali por causa de uma medalha. Você ‘tá’ ali por uma causa, você ‘tá’ ali pela sua saúde, por seu bem-estar, por poder socializar com as pessoas, por um ambiente de convivência“.

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Marinalva é exemplo e inspiração

A conversa com Marinalva Brito foi profundamente inspiradora, revelando não apenas uma atleta de alto desempenho, mas uma mentora e uma força motivadora. Sua história é um testemunho da resiliência humana e da capacidade de adaptação frente a desafios pessoais e de saúde, como a síndrome da fadiga crônica, e a entrevista expôs a realidade complexa do atletismo master no Brasil, onde a paixão e o esforço pessoal muitas vezes superam a falta de apoio estrutural e financeiro.

Marina encarna o espírito do esporte como ferramenta de transformação social e pessoal, indo além da busca por medalhas para fomentar a saúde, a disciplina e a empatia. Sua dedicação voluntária e sua busca por conhecimento acadêmico para impactar positivamente a vida de outras mulheres atletas ressaltam um compromisso notável com o bem-estar coletivo.

Ao final, Marinalva deixou uma indagação pessoal que, entretanto, é aplicável a todas as pessoas: “Que qualidade de vida que eu quero ter, quando eu tiver com 60, 70 anos?“.