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Mariana celebra o retorno do Festival Internacional de Palhaços
Após pausa desde 2022, evento idealizado por Xisto Siman e João Pinheiro chega à 13ª edição com programação gratuita para todas as idades

Depois de dois anos de ausência, devido a problemas de falta de recursos financeiros, Mariana voltou a ser tomada por risos, música e cores neste sábado (27), com a retomada do Circovolante – Encontro Internacional de Palhaços, que chega à sua 13ª edição. A última vez que o festival havia sido realizado foi em 2022. Idealizado por Xisto Siman e João Pinheiro, o encontro se consolidou como um dos mais importantes do gênero no Brasil e agora retorna ao calendário cultural da cidade.
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Emoção no reencontro de Mariana com o Festival
Um dos idealizadores do festival, Xisto Siman se emocionou ao falar sobre o retorno do evento. “Voltar com o encontro é muito emocionante, porque a cidade fica na expectativa, nós ficamos nessa expectativa porque é uma grande alegria para a gente. Essa festa é uma festa que é importante para a cidade, é uma festa que é importante para a história do Circovolante, mas eu acho que mais importante que para a história do Circovolante é para a relação do Circovolante com a nossa cidade”, celebrou.
Ele também destacou a dimensão do encontro e a força coletiva que o torna possível. Embora o Circovolante seja conduzido apenas por ele e João Pinheiro, uma grande equipe é necessária, com mais de 200 pessoas entre organizadores e artistas. “É uma grande honra poder reunir, trazer tantos amigos de várias partes do mundo aqui para nossa casa, que é Mariana. É uma honra muito grande fazer parte dessa equipe gigante”, ressaltou Xisto.

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Para Xisto, um dos pontos mais marcantes do festival é o caráter familiar e a ocupação das praças da cidade. Nesse sábado (27), desde o período da manhã, as atividades se espalharam pelo Jardim (Praça Gomes Freire), Praça Minas Gerais e Praça da Sé: “O nosso encontro é o tipo de festa que a gente promove, é uma festa que é para a família, para as crianças, para os idosos. Eu acho que o encontro é uma possibilidade das famílias se divertirem em conjunto: o avô com seu neto, a avó com a bisneta, crianças pequenas, crianças de todas as idades. Acho lindo porque o Jardim sempre foi para mim esse ponto de encontro das mais diversas famílias que habitam aqui em Mariana. E a nossa festa faz com que essas famílias se encontrem mais e também com famílias de outros estados. Isso me deixa muito feliz”, explicou o organizador do festival.
Em relação ao público esperado na 13ª edição, Xisto explica que tanto a plateia, quanto os artistas são diversos e vem de várias partes do Brasil: “Eu tenho perguntado: ‘Quem é de Mariana?’ e uma galera levanta a mão. ‘Quem é de fora daqui?’ E também uma galera levanta a mão. Você vê que são várias pessoas que estão aqui, pessoas que nunca se viram, mas estão juntas pela felicidade, pela alegria, pelo bom convívio, para se divertir e para viver arte”, destacou.
Outro ponto que recebeu bastante destaque durante as apresentações foi a acessibilidade. Todos os espetáculos contaram com intérpretes de libras e espaço para pessoas com deficiências motoras. “Quando as pessoas chegam, se há necessidade de acessibilidade, eles acessam a nossa equipe que direciona. Tem espaços reservados para usuários de cadeira de rodas, para idosos, para pessoas com dificuldade de locomoção, para grávidas”, afirmou Xisto Siman.
Arte, feira e comunidade irmanadas no Festival
A programação do festival trouxe uma mistura de atrações, com apresentações de Furreca e Liz Monteiro; do animado Cabaré da Lily com nomes como Moisés, o Rei do Pedal, Henrique, o Príncipe do Pedal, a Família Montes Morales, Satin e Na Pegada; além das atividades paralelas, como pinturas faciais para as crianças e a Feira Cultural da Vale, que reuniu barracas de comerciantes locais.
Entre os expositores da Feira estava Raquel Souza Cruz, moradora de Passagem de Mariana e representante da empresa Bolos do Gilson. Para ela, participar do encontro como empreendedora e como público foi uma oportunidade enriquecedora: “Está sendo uma experiência maravilhosa ver a população e as crianças se divertindo com esse evento que enriquece a nossa comunidade”, comemorou.
Raquel também reforçou o valor de iniciativas como essa para a vida da cidade: “É maravilhoso, emocionante. É importante ver a família dentro do espaço que é de todos nós, da nossa comunidade. As pessoas deviam ter esses eventos sempre, porque cultura alimenta a alma”, finalizou a quituteira.
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A força feminina no circo
Uma das atrações da edição deste ano foi o espetáculo “Circo de uma Mulher Só”, da artista Liz Monteiro, que nasceu em Minas Gerais e atualmente vive de forma nômade, circulando por diferentes regiões. Para ela, participar do encontro é uma realização e também uma afirmação da presença feminina no universo circense. “Realmente o circo é um universo em que as mulheres ficam em lugares muito específicos. E é bom poder estar nesse lugar de quem comanda o show, de quem faz, de quem monta, desmonta, de quem constrói os aparelhos, de quem dirige o carro, de quem agiliza as coisas para acontecer. Eu sinto que exige mais fisicamente, mas também é gratificante poder ocupar esse espaço”, destacou a artista.

Ela lembrou dos desafios de conciliar arte e vida pessoal. Mãe de dois filhos, Liz equilibra carreira, família e rotina doméstica: “Eu sou uma guerreira muito forte, é assim que eu me enxergo hoje, quando eu consigo entrar em cena mesmo depois de toda a correria da vida para conseguir estar aqui e executar o meu trabalho”.
Ao final de sua apresentação, Liz se disse emocionada com a recepção calorosa: “Aqui é um dos festivais mais lindos de se estar, porque a população de Mariana já abraçou muito o evento. A presença da plateia é muito linda, muito forte. Isso enche a gente”, finalizou.
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Cortejo tradicional do Festival Internacional de Palhaços

No meio da tarde, aconteceu um dos momentos mais tradicionais e esperados do festival: o cortejo, que reuniu artistas e público na caminhada entre a Praça Minas Gerais e a Praça da Sé. Música, palhaçadas e gargalhadas marcaram a travessia.
Quem também acompanhava o público era a palhaça Polegada, personagem da artista Camila dos Reis, de Belo Horizonte. Presente em seis edições do encontro, voltou este ano para prestigiar os colegas: “Eu sou palhaça voluntária de hospital desde 2016. Eu ‘tô’ achando ótimo. São atividades gratuitas para a população da cidade e da região. Incentiva também um trabalho artístico que é importante, a palhaçaria. A gente não tem tanta atividade nesse sentido durante o ano, então eu acho um festival muito rico. Minha expectativa ‘tá’ ótima”, afirmou Camila.

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Cultura e política pública
O secretário de Cultura e Turismo de Mariana, Eduardo Batista, destacou a importância da retomada do encontro. “Eu acho de extrema necessidade, porque o Encontro de Palhaços, para além de um evento que fomenta a cultura e o turismo, ele traz alegria para a cidade. Ele faz parte da história da cidade”.
Segundo ele, o evento só foi possível graças a uma rede de apoios. Além do patrocínio master da Vale, via Lei Rouanet, e o apoio da Samarco, a Prefeitura também participou. “A Secretaria de Patrimônio Cultural e Turismo, além do apoio institucional, fez um repasse por meio da Lei 13.019 no valor de R$ 200 mil, que agregou e contribuiu para a realização deste evento”, informou Eduardo, lembrando que o prefeito Juliano Duarte fez questão de garantir os recursos, mesmo em cenário de dificuldades financeiras: “Mesmo num momento de instabilidade, nós fizemos questão de abarcar esse aporte, mas com esperança e crença que no ano que vem vamos investir ainda mais”.
Sobre o público, o secretário diz esperar pessoas do país e do mundo inteiro, movimentando e enriquecendo o cenário cultural da cidade: “Esperamos em torno de umas 5 a 10 mil pessoas”, finalizou.
Arte que transforma

Ao fim do primeiro dia, a sensação foi de reencontro e celebração coletiva. Para Xisto, o mais bonito é ver a diversidade que se encontra nas praças. “São várias pessoas que nunca se viram e estão juntas pela felicidade, pela alegria, pelo bom convívio, para se divertir e para viver arte”.
