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Hoje é quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Mariana celebra o retorno do Festival Internacional de Palhaços

Após pausa desde 2022, evento idealizado por Xisto Siman e João Pinheiro chega à 13ª edição com programação gratuita para todas as idades

Concentração para o tradicional cortejo foi o ponto alto da tarde do segundo dia da 13ª edição do festival
Concentração para o tradicional cortejo foi o ponto alto da tarde do segundo dia da 13ª edição do Circovolante - Encontro Internacional de Palhaços - Foto: Agência Primaz

Depois de dois anos de ausência, devido a problemas de falta de recursos financeiros, Mariana voltou a ser tomada por risos, música e cores neste sábado (27), com a retomada do Circovolante – Encontro Internacional de Palhaços, que chega à sua 13ª edição. A última vez que o festival havia sido realizado foi em 2022. Idealizado por Xisto Siman e João Pinheiro, o encontro se consolidou como um dos mais importantes do gênero no Brasil e agora retorna ao calendário cultural da cidade.

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Emoção no reencontro de Mariana com o Festival

Um dos idealizadores do festival, Xisto Siman se emocionou ao falar sobre o retorno do evento. “Voltar com o encontro é muito emocionante, porque a cidade fica na expectativa, nós ficamos nessa expectativa porque é uma grande alegria para a gente. Essa festa é uma festa que é importante para a cidade, é uma festa que é importante para a história do Circovolante, mas eu acho que mais importante que para a história do Circovolante é para a relação do Circovolante com a nossa cidade”, celebrou.

Ele também destacou a dimensão do encontro e a força coletiva que o torna possível. Embora o Circovolante seja conduzido apenas por ele e João Pinheiro, uma grande equipe é necessária, com mais de 200 pessoas entre organizadores e artistas. “É uma grande honra poder reunir, trazer tantos amigos de várias partes do mundo aqui para nossa casa, que é Mariana. É uma honra muito grande fazer parte dessa equipe gigante”, ressaltou Xisto.

Entre as apresentações, Xisto interagia com o público que compareceu à Praça Gomes Freire para prestigiar o festival
Entre as apresentações, Xisto interagia com o público que compareceu à Praça Gomes Freire (Jardim) - Foto: Agência Primaz

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Para Xisto, um dos pontos mais marcantes do festival é o caráter familiar e a ocupação das praças da cidade. Nesse sábado (27), desde o período da manhã, as atividades se espalharam pelo Jardim (Praça Gomes Freire), Praça Minas Gerais e Praça da Sé: “O nosso encontro é o tipo de festa que a gente promove, é uma festa que é para a família, para as crianças, para os idosos. Eu acho que o encontro é uma possibilidade das famílias se divertirem em conjunto: o avô com seu neto, a avó com a bisneta, crianças pequenas, crianças de todas as idades. Acho lindo porque o Jardim sempre foi para mim esse ponto de encontro das mais diversas famílias que habitam aqui em Mariana. E a nossa festa faz com que essas famílias se encontrem mais e também com famílias de outros estados. Isso me deixa muito feliz”, explicou o organizador do festival.

Em relação ao público esperado na 13ª edição, Xisto explica que tanto a plateia, quanto os artistas são diversos e vem de várias partes do Brasil: “Eu tenho perguntado: ‘Quem é de Mariana?’ e uma galera levanta a mão. ‘Quem é de fora daqui?’ E também uma galera levanta a mão. Você vê que são várias pessoas que estão aqui, pessoas que nunca se viram, mas estão juntas pela felicidade, pela alegria, pelo bom convívio, para se divertir e para viver arte”, destacou.

Outro ponto que recebeu bastante destaque durante as apresentações foi a acessibilidade. Todos os espetáculos contaram com intérpretes de libras e espaço para pessoas com deficiências motoras. “Quando as pessoas chegam, se há necessidade de acessibilidade, eles acessam a nossa equipe que direciona. Tem espaços reservados para usuários de cadeira de rodas, para idosos, para pessoas com dificuldade de locomoção, para grávidas”, afirmou Xisto Siman.

Arte, feira e comunidade irmanadas no Festival

A programação do festival trouxe uma mistura de atrações, com apresentações de Furreca e Liz Monteiro; do animado Cabaré da Lily com nomes como Moisés, o Rei do Pedal, Henrique, o Príncipe do Pedal, a Família Montes Morales, Satin e Na Pegada; além das atividades paralelas, como pinturas faciais para as crianças e a Feira Cultural da Vale, que reuniu barracas de comerciantes locais.

Entre os expositores da Feira estava Raquel Souza Cruz, moradora de Passagem de Mariana e representante da empresa Bolos do Gilson. Para ela, participar do encontro como empreendedora e como público foi uma oportunidade enriquecedora: “Está sendo uma experiência maravilhosa ver a população e as crianças se divertindo com esse evento que enriquece a nossa comunidade”, comemorou.

Raquel também reforçou o valor de iniciativas como essa para a vida da cidade: “É maravilhoso, emocionante. É importante ver a família dentro do espaço que é de todos nós, da nossa comunidade. As pessoas deviam ter esses eventos sempre, porque cultura alimenta a alma”, finalizou a quituteira.

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A força feminina no circo

Uma das atrações da edição deste ano foi o espetáculo “Circo de uma Mulher Só”, da artista Liz Monteiro, que nasceu em Minas Gerais e atualmente vive de forma nômade, circulando por diferentes regiões. Para ela, participar do encontro é uma realização e também uma afirmação da presença feminina no universo circense. “Realmente o circo é um universo em que as mulheres ficam em lugares muito específicos. E é bom poder estar nesse lugar de quem comanda o show, de quem faz, de quem monta, desmonta, de quem constrói os aparelhos, de quem dirige o carro, de quem agiliza as coisas para acontecer. Eu sinto que exige mais fisicamente, mas também é gratificante poder ocupar esse espaço”, destacou a artista.

Liz também participou do tradicional cortejo do festival, encantando os presentes em cima da perna de pau
Liz também participou do cortejo, encantando os presentes em cima da perna de pau - Foto: Agência Primaz

Ela lembrou dos desafios de conciliar arte e vida pessoal. Mãe de dois filhos, Liz equilibra carreira, família e rotina doméstica: “Eu sou uma guerreira muito forte, é assim que eu me enxergo hoje, quando eu consigo entrar em cena mesmo depois de toda a correria da vida para conseguir estar aqui e executar o meu trabalho”.

Ao final de sua apresentação, Liz se disse emocionada com a recepção calorosa: “Aqui é um dos festivais mais lindos de se estar, porque a população de Mariana já abraçou muito o evento. A presença da plateia é muito linda, muito forte. Isso enche a gente”, finalizou.

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Cortejo tradicional do Festival Internacional de Palhaços

O tradicional cortejo é um dos momentos mais aguardados do festival, com maior adesão do público
O tradicional cortejo é um dos momentos mais aguardados do festival, com maior adesão do público - Foto: Agência Primaz

No meio da tarde, aconteceu um dos momentos mais tradicionais e esperados do festival: o cortejo, que reuniu artistas e público na caminhada entre a Praça Minas Gerais e a Praça da Sé. Música, palhaçadas e gargalhadas marcaram a travessia.

Quem também acompanhava o público era a palhaça Polegada, personagem da artista Camila dos Reis, de Belo Horizonte. Presente em seis edições do encontro, voltou este ano para prestigiar os colegas: “Eu sou palhaça voluntária de hospital desde 2016. Eu ‘tô’ achando ótimo. São atividades gratuitas para a população da cidade e da região. Incentiva também um trabalho artístico que é importante, a palhaçaria. A gente não tem tanta atividade nesse sentido durante o ano, então eu acho um festival muito rico. Minha expectativa ‘tá’ ótima”, afirmou Camila.

A palhaça Polegada veio prestigiar as atrações do 13º Circovolante - Encontro Nacional de Palhaços
A palhaça Polegada veio prestigiar as atrações do 13º Circovolante - Encontro Nacional de Palhaços - Foto: Agência Primaz

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Cultura e política pública

O secretário de Cultura e Turismo de Mariana, Eduardo Batista, destacou a importância da retomada do encontro. “Eu acho de extrema necessidade, porque o Encontro de Palhaços, para além de um evento que fomenta a cultura e o turismo, ele traz alegria para a cidade. Ele faz parte da história da cidade”.

Segundo ele, o evento só foi possível graças a uma rede de apoios. Além do patrocínio master da Vale, via Lei Rouanet, e o apoio da Samarco, a Prefeitura também participou. “A Secretaria de Patrimônio Cultural e Turismo, além do apoio institucional, fez um repasse por meio da Lei 13.019 no valor de R$ 200 mil, que agregou e contribuiu para a realização deste evento”, informou Eduardo, lembrando que o prefeito Juliano Duarte fez questão de garantir os recursos, mesmo em cenário de dificuldades financeiras: “Mesmo num momento de instabilidade, nós fizemos questão de abarcar esse aporte, mas com esperança e crença que no ano que vem vamos investir ainda mais”.

Sobre o público, o secretário diz esperar pessoas do país e do mundo inteiro, movimentando e enriquecendo o cenário cultural da cidade: “Esperamos em torno de umas 5 a 10 mil pessoas”, finalizou.

Arte que transforma

Programação do festival continua neste domingo (28)
Programação continua neste domingo (28) - Foto: Agência Primaz

Ao fim do primeiro dia, a sensação foi de reencontro e celebração coletiva. Para Xisto, o mais bonito é ver a diversidade que se encontra nas praças. “São várias pessoas que nunca se viram e estão juntas pela felicidade, pela alegria, pelo bom convívio, para se divertir e para viver arte”.

Foto de Luiz Loureiro
Luiz Loureiro é jornalista graduado pela UFOP, fundador, sócio proprietário e editor chefe da Agência Primaz de Comunicação.