- Mariana
Diálogos sobre Produção Cultural recebe Juliana Flores
Idealizadora e realizadora da Festa da Luz, do Festival Cura e de outros eventos culturais, proferiu palestra em curso de extensão do ICSA/ UFOP
Nessa terça-feira (26), no Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA), aconteceu mais um encontro do curso de extensão “Diálogos sobre Produção Cultural”, do curso de Administração da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). A convidada da vez foi a produtora cultural Juliana Flores, jornalista, diretora da Pública Agência de Arte e curadora do projeto Circuito Urbano de Arte (Cura). O curso de extensão foi criado com o objetivo de conectar pessoas envolvidas com arte, cultura e gestão criativa e, em encontros anteriores, recebeu Xisto Siman, Marcelino Xibil Ramos, Alex Carvalho e o Secretário de Patrimônio Cultural e Turismo de Mariana, Eduardo Batista. No evento, que teve “Produção Cultural” como tema principal, Juliana pôde compartilhar suas experiências como gestora cultural e idealizadora de projetos de arte mural e graffiti. O festival Circuito Urbano de Arte (Cura), o Morro Arte Mural (Mamu), a Festa da Luz e a Mostra de Arte Pública (Mapa) são projetos que Juliana está envolvida diretamente, como diretora de arte, e que são realizados pela Pública. Juliana preza pela coletividade, pela vivência cultural na rua e pela mobilização das comunidades que são impactadas pelos projetos de arte urbana.
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Festival Cura
O Festival Circuito Urbano de Arte (Cura) nasceu do desejo de valorizar artistas do graffiti e da pintura, em Belo Horizonte, e já acumula cinco edições. Após dois anos no papel, o primeiro festival aconteceu em junho de 2017, trazendo diferenciais como ser realizado nos mirantes da capital mineira e contar com o protagonismo das mulheres na organização. A essência do projeto é realizar grandes pinturas em empenas – parte lateral de edifícios, sem janelas ou aberturas -, ao mesmo tempo que promove festas em mirantes da cidade, com música e iluminação das empenas pintadas.
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O projeto foi financiado com recursos da lei municipal de incentivo à cultura de Belo Horizonte (LMIC) e com repasse da empresa Ambev. O encontro do curso de extensão também abriu o debate sobre a captação de recursos para a realização de projetos voltados à arte e cultura. “Captação é um outro tópico que eu sei que é sensível para quase todos os produtores que eu conheço. (…) Eu fui aprendendo a construir relação com o patrocinador e eu fico muito nesse campo da captação, (…) mas eu acho que vocês têm que ficar muito ligados nos fundos [de incentivo à cultura], nos editais. (…) É muito difícil você conseguir um grande patrocinador para a sua primeira edição”, ressaltou Juliana.
Festa da Luz
Outro projeto realizado pela agência Pública é a Festa da Luz, que conta com quatro edições, desde 2021, e vem sendo popularizada entre os belorizontinos e pelas redes sociais. A proposta é ocupar o centro da capital com trabalhos artísticos que utilizam luz, englobando vídeo mapping, instalações luminosas e performances de artistas. A realização do evento conta com parceria da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).
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Morro Arte Mural (Mamu)
Com três edições realizadas, o Mamu é um projeto de pinturas macromurais em favelas do Brasil. A primeira aconteceu em 2018, na comunidade do Cruzeirinho, no Alto Vera Cruz, em Belo Horizonte, e mobilizou os moradores da localidade para compor cerca de 70% da equipe de trabalho do projeto, desde a tomada de decisões até a execução.
Juliana afirmou que esse projeto impacta diretamente os moradores, já que o orçamento conta com o reboco das residências pintadas, além da capacitação de profissionais. “O projeto, desde o início, nasceu com o objetivo de levar no mínimo 50% do recurso do projeto e de contratação da equipe de fornecedores de dentro do território, para justamente circular o patrocínio ali e não ser uma coisa que a gente chega, pinta e vai embora”, afirmou.
Outro projeto da agência é a Mostra de Arte Pública (Mapa), pensado para cidades do interior. Nascido e realizado em Itabira (MG), já conta com duas edições, em 2023 e 2024.
Sobre o curso de extensão
O curso de extensão “Diálogos Sobre Produção Cultural” foi pensado com o objetivo de reunir fazedores e gestores de cultura de Mariana, Ouro Preto e região. A proposta é realizar rodas de conversa para a troca de experiências sobre o fazer cultural. Até agora, aconteceram três encontros presenciais e o último acontece na próxima segunda-feira (1º de setembro), no auditório do ICSA, com a presença de Fernanda Bento, gestora cultural do Revelando SP e do festival Sons do Brasil, e diretora da Bento Produção Cultural.
