- Mariana
Grupo Caminho do Sol abre inscrições para o IX FESTECO
O festival gratuito fortalece a cena teatral e amplia o acesso à cultura em Mariana.

Após se destacar com duas indicações de melhor ator com o espetáculo “A Engrenagem” no XXIII FACE – Festival de Artes Cênicas de Conselheiro Lafaiete, realizado entre os dias 18 e 27 de julho, o grupo teatral Caminho do Sol vai realizar o IX FESTECO – Festival de Teatro Comunitário de Mariana. Os interessados em participar da edição deste ano, que vai acontecer de 2 a 10 de outubro, já podem se inscrever de forma gratuita até o dia 31 de agosto por meio de um formulário online.
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Festival de Teatro Comunitário de Mariana - FESTECO
O FESTECO foi fundado em 2017 com uma importante função social de trazer jovens para o palco. De iniciativa da professora Juliana de Conti em conjunto com os alunos da Escola Estadual João Ramos Filho e o Grupo Teatral Caminho do Sol, o festival é um evento sem fins lucrativos e tem sido um dos principais meios de acesso ao teatro no calendário cultural de Mariana.
Além disso, o festival também destaca a importância do envolvimento do Caminho do Sol como agente organizador, uma vez que proporciona experiências enriquecedoras tanto para os atores quanto para a sociedade, que tem a chance de participar de programas culturais gratuitos.
O edital da 9ª edição já está aberto e conta com todas as informações necessárias sobre a participação na fase nacional, a ser realizada de 2 a 10 de outubro em Mariana, e na fase estudantil.
A fase nacional é aberta a grupos de teatro de todas as regiões do Brasil e de outros países interessados, nas categorias palco, rua/infantil ou alternativo, seguindo os critérios da inscrição. Cada peça deve ter duração de no mínimo 30 e no máximo 90 minutos, e cada grupo pode se inscrever com quantos espetáculos quiserem.
Já a fase estudantil tem um caráter regional, abrangendo as escolas da 25ª Superintendência Regional de Ensino do estado de Minas Gerais (SRE), que abrange os municípios de Ouro Preto, Mariana, Itabirito, Diogo Vasconcelos e Acaíaca. Os grupos devem ser formados por estudantes de escolas do ensino fundamental, ensino médio e universitário que desejam realizar espetáculos ou performance.
As inscrições, gratuitas, podem ser feitas acessando este link.
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Grupo Caminho do Sol
O Grupo Teatral Caminho do Sol foi fundado em 2016 por Juliana de Conti, atual diretora e professora de Arte e Teatro que atua nas escolas de Ouro Preto e Mariana. Ela também é a coordenadora geral do FESTECO, o Festival de Teatro Comunitário de Mariana, que celebrou sua oitava edição em 2024.
Composto por aproximadamente 15 jovens atores, o grupo Caminho do Sol adota um estilo diverso, mas com enfoque no teatro alternativo.
Além disso, busca incentivar o público a refletir sobre questões sociais, culturais, contemporâneas e históricas com suas montagens, que já renderam prêmios e indicações em diversos festivais de teatro.
O Caminho do Sol também investe na formação contínua de seus integrantes e da comunidade, o que destaca o papel transformador do teatro e torna o grupo agente cultural vital na região. “O efeito do FESTECO, por exemplo, é algo imensurável. É difícil calcular o que se transforma dentro das mais de cinco mil pessoas que já subiram no palco. Então estamos junto a comunidade, incentivando o ingresso na universidade, principalmente nas artes cênicas”, comemora Juliana.

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A Engrenagem
O grupo Caminho do Sol se destacou no Festival de Artes Cênicas de Conselheiro Lafaiete com o espetáculo “A Engrenagem”, que convida o público a habitar o centro do mecanismo: um sistema que opera à custa de corpos silenciados, vozes à margem, existências invisíveis.
Inspirada nas reflexões de Martin Buber e Ailton Krenak, a montagem abandona o palco convencional para instaurar uma experiência cênica imersiva, onde a cena e a plateia se confundem. A partir de relatos reais, a dramaturgia tensiona os fios do individualismo, da alienação e da desinformação, lançando luz sobre a máquina social que nos atravessa.
Juliana de Conti, uma das diretoras, conta que Clara Mariana Flamboyant foi a responsável por organizar o texto de forma criativa, no sentido do nascimento de uma criança já dentro do processo da engrenagem. “A gente trata de coisas como o processo de alienação e como foi surgindo de uma forma cronológica, além de pautas comuns da nossa região, como a mineração. Por fim, tratamos essa resistência de entrar ou não nessa engrenagem e quais são os sonhos que ainda são possíveis dentro desse mundo que está se degenerando tanto ambientalmente quanto socialmente”, explica a diretora.
Também vale mencionar que, dentre mais de 70 apresentações, o FACE reconheceu o talento do grupo com duas indicações de destaque: Torugo, na categoria Melhor Ator Coadjuvante, e Arthur Paulino, na categoria Melhor Ator.
Porém, Juliana conta que é provável que o grupo não apresente a peça no FESTECO: “Por dois motivos; para dar espaço aos grupos de fora e para as peças inéditas da da região, e também porque estamos na equipe organizadora e isso requer muito esforço e dedicação”.
XXIII FACE - Festival de Artes Cênicas de Conselheiro Lafaiete
A Casa do Teatro de Conselheiro Lafaiete foi criada em novembro de 1982, por um grupo de adolescentes que, por meio de trabalhos na igreja e na escola, fundaram o Grupo Colibri.
A iniciativa cresceu e recebeu o registro oficial como instituição em 1989. Um ano depois, o Grupo Colibri tornou-se a Casa do Teatro, que tem como objetivo fomentar as artes, principalmente o teatro.
Um dos trabalhos de maior destaque da Casa do Teatro é a realização do FACE – Festival de Artes Cênicas de Conselheiro Lafaiete, que completou 23 anos em 2025. O evento conta com o encontro de grupos teatrais de todo o país, que trocam experiências, participam de oficinas e se apresentam nos palcos da cidade, distribuindo arte e alegria a todos que prestigiam este grande espetáculo.
Para a fundadora do Caminho do Sol, a participação do grupo no festival foi muito enriquecedora, especialmente porque o espetáculo “A Engrenagem” ainda não estava pronto. “O contato com artistas de várias regiões, de teatro amador e profissional, de várias categorias nos enriqueceram muito enquanto artistas. Então não é simplesmente ir lá apresentar, é ir lá assistir as diversas peças, participar de diálogos entre diretores e trocar ideias artísticas para crescer o espetáculo”, afirma Juliana.
O centro cultural também conta com outras iniciativas, como a biblioteca “Teatro de Todo Mundo”, cursos de iniciação teatral e os projetos teatro em movimento e “teatro vai à escola, escola vai ao teatro”. Além disso, contam com o grupo “Doutores do Sorriso” (arte do palhaço que leva alegria a hospitais, asilos e orfanatos), de convivência artística, de contadores de histórias, de teatro empresarial e o grupo Cenas e Ruas de Queluz.
