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Hoje é quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Tudo é Jazz homenageia Ella Fitzgerald e Dolores Duran

A programação do sábado contou com o tributo de Izzy Gordon às homenageadas Ella Fitzgerald e Dolores Duran

Izzy Gordon encerra a penúltima noite do festival tudo é jazz.
Izzy Gordon encerra a noite com tributo a Ella Fitzgerald e Dolores Duran, em apresentação marcada por emoção - Foto: Larissa Antunes/Agência Primaz

O penúltimo dia do festival Tudo é Jazz contou com a apresentação de Izzy Gordon e sua banda, que encerraram a programação da noite com um tributo a Ella Fitzgerald e Dolores Duran, homenageadas da edição 2025. O espetáculo reuniu um repertório com canções marcantes das duas intérpretes e integrou a série de atrações distribuídas por diferentes palcos de Ouro Preto ao longo do dia.

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Setlist ressaltou trajetória de Ella Fitzgerald e Dolores Duran

Sobrinha de Dolores, Izzy foi acompanhada por uma big band em um repertório de 16 faixas que mesclou composições associadas a Ella Fitzgerald e Dolores Duran. Do universo de Fitzgerald, destacaram-se “Cry Me a River”, “They Can’t Take That Away from Me”, “Satin Doll” e “A Tisket A Tasket”. 

Do lado brasileiro, Dolores Duran teve suas canções “A Noite do Meu Bem”, “Castigo”, “O Negócio É Amar” e “A Banca do Destino” interpretadas durante o show. O set list também contemplou standards internacionais como “The Way You Look Tonight”, “Nice n’ Easy” e “Feeling Good”. O pianista Paulo Moreira participou como convidado especial em “Georgia on My Mind”, “Cheek to Cheek” e “Summertime”. 

A apresentação foi encerrada com “The Lady Is a Tramp”, que destacou os arranjos elaborados pelo maestro Rodrigo Rios, conferindo ao conjunto um ritmo marcado e uma sonoridade plena.

Segundo Izzy, a escolha das músicas foi feita em conjunto com Rodrigo Rios, pensando em equilibrar a história das duas artistas homenageadas. Ela admitiu que o processo não foi simples, já que foi necessário “fazer uma peneira” para selecionar os sucessos que pudessem dialogar com a proposta da Big Band. 

Izzy, que também participou da edição na capital mineira, aproveitou para elogiar a produção do evento. “Chegamos aqui, a gente encontrou toda a estrutura, foi tudo perfeito, mesmo. Sabe, inspirador, desde BH até chegar aqui em Ouro Preto.”

Ao falar sobre a responsabilidade de interpretar obras de duas figuras icônicas, Izzy destacou que se trata de uma honra, mas também um desafio. Para ela, Ella Fitzgerald e Dolores Duran “abriram caminho para todas as cantoras” e possuem histórias marcadas por superação. “Você chega, tem que dar o melhor, né? E o resultado vem no palco”, afirmou.

A cantora também elogiou a estrutura do evento e a receptividade do público. Encantada com a atmosfera de Ouro Preto, declarou: “Eu ainda estou sob efeito da magia que esse lugar tem, do místico que é esse lugar maravilhoso. E o quanto as pessoas absorvem a cultura, que é tão importante para a gente também. Então, que público diferenciado”.

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Cliver Honorato se apresenta no Festival tudo é Jazz.
Cliver Honorato leva seu repertório autoral e interpretações vibrantes ao palco do festival em Ouro Preto - Foto: Larissa Antunes/Agência Primaz

Músicos mineiros no Tudo é Jazz

Antes do show de Izzy, as apresentações na Praça Tiradentes foram iniciadas às 19h, com o show do Trio Choro Negro, apresentando repertório que reafirma a tradição do choro. O Trio, selecionado via edital do festival, se dedica à pesquisa e difusão do choro.

Cliver Honorato também ocupou o mesmo espaço, às 20h, com músicas próprias e um projeto de releitura de Caetano Veloso. O cantor e compositor apresentou “Indolente Malandragem”, ao lado de “Da Maior Importância”, que reúne revisitações de clássicos de Veloso, oferecendo ao público uma amostra dos dois universos que tem levado em turnê por Minas Gerais.

Trio Choro Negro abre a noite no Festival Tudo é Jazz.
Trio Choro Negro abre a penúltima noite de festival na Praça Tiradentes - Foto: Larissa Antunes/ Agência Primaz

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Ella Fitzgerald

Ella Fitzgerald nasceu em 1917, em Newport News, nos Estados Unidos, e iniciou a carreira profissional em 1934, após vencer um concurso de talentos no Teatro Apollo, em Nova York. Ficou conhecida como “Primeira Dama da Canção” e construiu uma trajetória marcada pela versatilidade e pelo alcance vocal. 

A cantora e compositora também atuou ao lado de nomes como Duke Ellington, Louis Armstrong e Count Basie, gravando mais de 200 álbuns ao longo de quase seis décadas de carreira. Venceu 14 prêmios Grammy, além de receber a Medalha Nacional das Artes e a Medalha Presidencial da Liberdade. 

Ella se destacou pelo domínio do scat singing e pela interpretação de standards do jazz norte-americano, reunidos em projetos como a série “Songbook”, dedicada a compositores como Cole Porter, George e Ira Gershwin e Irving Berlin. Suas gravações seguem influentes no repertório do jazz e da música popular mundial.

Dolores Duran

Dolores Duran, nome artístico de Adiléia Silva da Rocha, nasceu em 7 de outubro de 1930, no Rio de Janeiro. Iniciou a carreira musical na década de 1940, ganhando destaque como cantora e compositora no cenário da música popular brasileira. Suas composições transitavam entre a bossa nova e o samba-canção, com letras marcantes que influenciaram gerações posteriores.

Duran começou a compor ainda jovem, e entre suas obras mais conhecidas estão “A Noite do Meu Bem” e “Por Causa de Você”, que ganharam regravações de diversos artistas brasileiros. Também foi intérprete de seu repertório e de outros compositores da época. Sua voz foi reconhecida pelo tom suave e pela interpretação emotiva.

Apesar da carreira breve, encerrada prematuramente por sua morte em 24 de outubro de 1959, Dolores Duran deixou legado importante na música brasileira, sendo reconhecida como uma das grandes vozes e compositoras da primeira metade do século XX. Sua obra segue influente, e seu estilo serviu de inspiração para muitos artistas da bossa nova e MPB.

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Foto de Larissa Antunes
Larissa Antunes é graduanda em Jornalismo na UFOP e estagiária na Agência Primaz de Comunicação. Possui interesse por jornalismo cultural, radiojornalismo, audiovisual, fotojornalismo, movimentos político-sociais e expressões artístico- culturais.