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Hoje é quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Enquanto Brasil bate recorde, Mariana perde 12% dos empregos

Após atingir pico de empregos em setembro de 2024, município registra saldo negativo e queda de 2600 postos formais até junho de 2025

Grafico de queda de empregos sobre um desenho do jardim de Mariana
Na contramão do país, Mariana teve uma redução de mais de 10% dos empregos nos últimos 12 meses - Arte: Lui Pereira/Agência Primaz

No primeiro semestre de 2025, o Brasil criou mais de 1,2 milhão de vagas formais. Os dados foram divulgados na última segunda (4) pelo Ministério do Trabalho e Emprego e levam em consideração o Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Enquanto o Brasil tem recorde de empregabilidade, a situação de Mariana é contrastante: 701 vagas formais foram fechadas em 2025. A queda desde setembro de 2024 – ápice da empregabilidade no município – é ainda mais dramática, com uma queda de quase 12%.

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Brasil bate recorde de vagas formais

No mês de junho, o Brasil chegou ao número de 48.419.937 vagas de empregos formais, o maior número da história. Só em 2025 o país criou 1.2 milhões de vagas formais e todos os cinco grandes grupamentos de atividades econômicas registraram saldos positivos.

O maior gerador de postos no ano é o setor de Serviços, acumulando 643.021 vagas de emprego geradas, um crescimento de 2,8%, seguido da Indústria (+2,6%), com 229.858 postos de trabalho. A Construção gerou +159.440 (+5,6%); a Agropecuária, 99.393 (+5,5%); e o Comércio, 90.876 (+0,9%). Minas gerais teve o segundo maior crescimento de vagas em números absolutos, com 149.282 (+3%), atrás de São Paulo que teve um aumento de 349.904 (+2,4%).

O salário médio real de admissão em junho de 2025 foi de R$2.278,37, com aumento de R$24,48 (+1,09%), em comparação com o valor de maio(R$2.253,89). Já em comparação com o mesmo mês do ano anterior, o crescimento foi de R$28,76 (+1,28%).

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Mariana na contramão

Dados do Caged, indicam que Mariana vinha em trajetória de crescimento no emprego formal nos últimos cinco anos. O estoque de empregos formais em Janeiro de 2020 (período pré pandemia), era de 16.547 vagas.

O município conseguiu enfrentar a emergência de saúde com uma boa resiliência, registrando uma estabilidade e até um aumento no número de vagas ao longo de 2020, com ligeira queda em 2021, quando no momento de maior desemprego durante a pandemia, em março de 2021, eram 16.852 vagas ocupadas, número superior ao de janeiro de 2020.

Entre 2022 e 2024, a trajetória foi ascendente, com a criação de 4.580 até o auge, em setembro de 2024, quando a trajetória tomou um rumo de queda. A partir de outubro, observa-se uma inversão de tendência, com queda no estoque de empregos formais, com grandes cortes entre outubro e dezembro, e o encerramento de quase 2 mil postos de trabalho.

Comparação de gráficos de estoques de empregos entre Brasil e mariana - últimos 12 meses
Brasil registrou uma alta de 3,4% enquanto Mariana registrou uma queda de 10,6% de empregos nos últimos 12 meses - Arte: Lui Pereira/Agência Primaz

Empregos da reparação

Outubro foi o mês em que a repactuação foi assinada, através do Novo Acordo de Mariana. O período coincide com o momento de finalização de boa parte das obras dos assentamentos de Novo Bento Rodrigues e Paracatu, quando ocorre o início de um movimento de queda no estoque de empregos.

A repactuação representa uma nova etapa de compromisso entre o poder público, a sociedade e as mineradoras envolvidas no rompimento da barragem de Fundão, ocorrido em 2015. Algumas frentes de trabalho emergenciais foram encerradas, como reassentamentos, restauração ambiental e obras de infraestrutura. A demanda por mão de obra no município caiu, o que impactou diretamente o número de admissões e aumentou o volume de desligamentos no período.
Em junho de 2025, o total de trabalhadores com carteira assinada era de 19.186, representando uma redução de 2.259 vagas em comparação com o mesmo mês do ano anterior. A variação relativa acumulada nos últimos 12 meses foi de -10,53%, agora resta saber quando a tendência de queda será revertida com mais criação de empregos em Mariana.