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Hoje é sábado, 12 de julho de 2025

Câmara debate critérios para uso de lotes no Distrito Empresarial

Reunião é convocada após questionamentos de empresários na distribuição dos terrenos em Mariana

Parlamentares se reúnem na Câmara Municipal de Mariana para debater o futuro do Distrito Empresarial.
Em reunião na Câmara, empresários exigem participação nas decisões sobre os lotes do Distrito Empresarial. - Foto: Larissa Antunes/Agência Primaz

A Câmara Municipal de Mariana realizou, no dia 9 de julho de 2025, uma reunião para tratar da distribuição de 14 lotes do Distrito Empresarial, importante projeto de diversificação econômica do município. O encontro foi convocado a partir do requerimento nº 105/2025, de autoria do vereador Marcelo Macedo. A motivação surgiu após empresários locais questionarem a transparência do processo e a priorização de empresas externas em detrimento dos empreendedores de Mariana.

O projeto, lançado em outubro de 2022, se trata de uma parceria entre o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Fundação Renova e o município de Mariana. Em outubro deste ano, as obras no Distrito Empresarial foram iniciadas.

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Terrenos para o SESI/SENAI geram questionamentos

A pauta central foi a destinação dos 14 lotes do Distrito Empresarial. Desses, três terrenos foram definidos anteriormente para uso do SESI/SENAI, decisão aprovada em audiência pública e ratificada por projeto de lei na Câmara. A definição causou questionamentos entre os empresários presentes, que alegaram falta de transparência no processo e ausência de participação do empresariado local na deliberação. 

Segundo André Belico, a destinação dos lotes ao SESI/SENAI, já estava definida antes de sua gestão e foi aprovada anteriormente pela Câmara. Ele destacou que o conselho já existia, mas não estava ativo, e agora será reativado com nova composição, incluindo a Câmara Municipal.

Empresários presentes manifestaram preocupação com a ausência de critérios técnicos e com a possibilidade de novos lotes serem destinados sem ampla discussão. Foi sugerida a ampliação do distrito através da utilização de áreas próximas, e a possibilidade de subdividir lotes maiores para contemplar mais empresas.

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Mudança de classificação

Pedro Mól informou que o distrito deixou de ser classificado como industrial e passou a ser empresarial, abrindo possibilidade para empresas de diferentes setores. “Quando faz essa alteração para um distrito empresarial, o foco muda, ele fala em determinadas atividades econômicas que podem ser industriais, comerciais, serviço e tecnologia. Então, acredito que é uma gama muito mais assertiva”, afirma.

De acordo com o secretário, aproximadamente R$19 milhões estão disponíveis em conta no BDMG para a execução do projeto atualmente. Parte desse valor será usada em obras de infraestrutura e em uma consultoria técnica para avaliação da vocação econômica do município.

O secretário destacou ainda a reformulação do Conselho de Desenvolvimento e Diversificação Econômica, estabelecida pela Lei nº 3.916/2025. A nova configuração inclui representantes de diversas entidades, como a Câmara Municipal, associações comerciais, culturais e profissionais, além de setores da educação, turismo, comércio e agricultura.

André Belico detalhou as obras de infraestrutura em andamento. Segundo ele, os terrenos possuem, em média, 3mil m², e que a área exige tratamento do solo. Para André Belico, “é uma obra importante para o município. Acredito que seja uma obra muito esperada pela comunidade, não só do ponto de vista da obra, mas também como ela vai representar um ganho para o município de Mariana.”

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Vereadores, secretários e empresários se reúnem na Câmara para discutir o futuro do Distrito Empresarial de Mariana.
Câmara reforça compromisso com a transparência e cobra critérios técnicos para o uso dos terrenos do distrito - Foto: Larissa Antunes/Agência Primaz

Divisões devem seguir critérios técnicos

Pedro Mól ressaltou que o debate sobre o Distrito Empresarial precisa ser técnico e pautado na identificação das atividades que trarão desenvolvimento e diversificação econômica para Mariana. Além disso, defendeu uma discussão aberta e ampla, por meio do conselho, com apoio de uma equipe técnica de assessoramento contratada especificamente para o processo. 

A empresária Adélia Navarro questionou o secretário Pedro Mol a respeito do cronograma de duração de cada fase até a conclusão do projeto. Em resposta, o secretário explicou que o plano de trabalho ainda será montado e partirá do conselho, ainda não definido.

A reunião foi encerrada com a proposta de Marcelo Macedo na criação de uma agenda de acompanhamento dos trabalhos de uma futura comissão, que seja encarregada em destinar os lotes. A sugestão foi aceita pelo secretário Pedro Mol, que se comprometeu a abrir um processo público de inscrição para composição do conselho.

Foto de Larissa Antunes
Larissa Antunes é graduanda em Jornalismo na UFOP e estagiária na Agência Primaz de Comunicação. Possui interesse por jornalismo cultural, radiojornalismo, audiovisual, fotojornalismo, movimentos político-sociais e expressões artístico- culturais.