- Minas Gerais
Fórum regional discute sustentabilidade em Belo Horizonte
4ª edição do Fórum Regional de Diversificação Econômica de Minas Gerais (FRDE) tem sustentabilidade como pauta principal

Sustentabilidade é um tema de extrema relevância para a diversificação econômica regional, principalmente, em cidades dependentes das atividades de mineração. Nesta quarta (25) e quinta-feira (26), acontece a 4ª edição do Fórum Regional de Diversificação Econômica de Minas Gerais (FRDE), na Sede do Sebrae Minas, que vai abordar esse tema em palestras e painéis com especialistas no assunto. O FRDE é realizado pela FEDERAMINAS, em parceria com o SEBRAE, tem o patrocínio das empresas Samarco, Vale, Cedro Mineração e da Associação das Mineradoras da Serra Azul (Amisa), com apoio do Invest Minas, BDMG e Governo de Minas Gerais.
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Sustentabilidade: Caminho necessário para o período pós-mineração
O uso equilibrado dos recursos naturais, econômicos e sociais, pode garantir o bem-estar das atuais e futuras gerações. No contexto urbano, em especial, envolve planejamento territorial, transição ecológica e justiça ambiental.
A extração mineral, em geral, costuma causar grandes impactos ambientais e sociais. Municípios como Itabirito, Ouro Preto e Mariana precisam planejar a transição para uma economia menos dependente de recursos não renováveis, com foco em reflorestamento, energias limpas, recuperação de áreas degradadas e educação ambiental.
Investir em sustentabilidade é proteger a vida e garantir futuro. A diversificação econômica exige um novo modelo de desenvolvimento, que regenere o território, reduza desigualdades e torne os municípios mais resilientes a crises climáticas e econômicas.
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Exemplos reais de sustentabilidade
Também com longa tradição minerária, Itabira (MG) desenvolve projetos de recuperação ambiental em áreas degradadas pela mineração, como revegetação com espécies nativas da Mata Atlântica; criação de parques ecológicos, como o Parque Natural do Tanque; e monitoramento hídrico para reduzir impactos nos rios locais, com apoio de empresas e ONGs.

Na Alemanha, o Vale do Ruhr, um antigo polo industrial de carvão, passou por descontaminação de solos e rios poluídos, criação de parques (como o Landschaftspark Duisburg) em antigas siderúrgicas, e atraiu empresas de tecnologia e energia limpa. Isso resultou na redução em 90% das emissões de CO₂ desde 1980 e na geração de 50 empregos, segundo dados de 2023.
Por sua vez, na região do quadrilátero ferrífero, pesquisadores da UFMG e UFOP estudam alternativas sustentáveis para o pós-mineração, como uso de rejeitos para fabricação de tijolos e pavimentação; turismo científico em minas desativadas, como a Mina da Passagem, em Mariana; e energia solar em barragens, como no projeto da UFV, em Itabirito.
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Bússola do Desenvolvimento, Fundos Soberanos e Indicações Geográficas
A busca pela sustentabilidade, na FRDE, ainda vai passar por discussões e análises a respeito de indicações geográficas, fundos soberanos e a chamada bússola do desenvolvimento, esta última funcionando como um “mapa estratégico” que organiza informações sobre os ativos, desafios e oportunidades de um território. Ela estrutura e prioriza ações com base em eixos como perfil empreendedor, gestão pública, infraestrutura, capital humano, meio ambiente, inovação, cultura, governança, comportamentos de consumo e níveis de endividamento das pessoas física e jurídicas.
Trata-se de conceito baseado no uso de informações de inteligência de dados, que identifica as vocações e potencialidades de uma região para orientar a formulação e proposição de políticas públicas, investimentos e ações estratégicas, partindo do princípio de que o desenvolvimento sustentável exige conhecimento profundo do território. Além disso, a Bússola do Desenvolvimento, é integrada por mais de 120 indicadores socioeconômicos e ambientais, que podem orientar projetos prioritários, a formulação de políticas estruturantes e a proposição de modelo de marketing territorial.

As Indicações Geográficas são poderosas ferramentas para a preservação e valorização de produtos singulares e marcados pela fama e notoriedade. Na abertura do 4º Fórum Regional de Diversificação Econômica de Minas Gerais (FRDE), será assinado o Laudo de Delimitação Geográfica das novas IG’s mineiras — um marco para fortalecer cadeias produtivas ligadas ao território, como a Geleia de Pimenta Biquinho, do distrito de Bento Rodrigues, Mariana, e a Jabuticaba e Derivados, de Cachoeira do Campo, Ouro Preto.
Na quinta-feira (26), às 11h, Anselmo Buss, Diretor do Instituto INOVATES, ministra a palestra “Movimento IGMG e Gestão de Impactos” e compartilha um pouco sobre as Indicações Geográficas. O tema IG’s foi apresentado pela primeira vez na segunda edição do FRDE em Conselheiro Lafaiete e foi instantaneamente abraçado pelos participantes culminando na criação do Movimento IGMG.
Outro ponto de excepcional importância em termos de diversificação econômica são Fundos Soberanos, constituídos por reservas financeiras formadas a partir de excedentes de receitas públicas — geralmente oriundos de atividades extrativas, como petróleo e mineração, administrados pelo poder público, visando garantir estabilidade econômica, poupança de longo prazo ou investimento estratégico.
Em cidades dependentes da mineração, como Mariana, Itabirito e Ouro Preto, a criação de um fundo soberano municipal ou regional pode mitigar os impactos da queda na arrecadação quando os recursos minerais se esgotarem ou os preços caírem. Os rendimentos gerados por esses fundos podem ser reinvestidos em áreas prioritárias como educação, inovação, infraestrutura e economia sustentável.
Um fundo soberano bem estruturado oferece previsibilidade e capacidade de investimento para fomentar novas vocações econômicas, de modo a mitigar a dependência da mineração. Ele também pode atrair investidores interessados em regiões com estratégias claras de transição econômica e planejamento de longo prazo.
Confira a programação completa da 4ª edição do Fórum Regional de Diversificação Econômica de Minas Gerais.
