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Hoje é domingo, 22 de junho de 2025

Festival de Inverno Universitário retorna a Ouro Preto

UFOP retoma o evento que integra cultura, formação e produção artística em três cidades mineiras com o tema: Universo Inconsciente

Na foto é possível ver uma colagem de fotos ao lado do cartaz com a logo do festival de inverno.
Atividades do festival incluem oficinas, debates, apresentações e ações com coletivos culturais - Foto: Larissa Antunes/Agência Primaz

A Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) retoma em 2025 a realização do Festival de Inverno Universitário (FIU), que marca uma nova fase na história do tradicional evento. Com o tema “Universo Inconsciente”, a programação se estende entre junho e agosto e contempla ações em Ouro Preto, Mariana e João Monlevade, refletindo o compromisso institucional de descentralizar e democratizar o acesso à cultura. O Festival de Inverno Universitário da UFOP reúne oficinas, exposições, shows, performances e seleção de coletivos.

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Nova estrutura e foco formativo

Reformulado para se alinhar à Política de Cultura da universidade, aprovada em 2022, o FIU representa uma adequação às atuais condições orçamentárias e estruturais da UFOP. A mudança de nome e de abordagem sinaliza um reposicionamento. Raquel Leite Braz, pró-reitora adjunta de Extensão e Cultura afirma que o novo formato é fruto de um esforço coletivo da Comissão Institucional do Festival de Inverno (CIFI), reunindo diversos setores da universidade.

Segundo Raquel, o festival não surgiu de um desmembramento do tradicional Festival de Inverno de Ouro Preto, como muitos pensam. O evento tem uma história descentralizada desde sua origem na década de 1960, tendo sido promovido por diferentes instituições ao longo dos anos, inclusive pela prefeitura municipal em determinados períodos. A UFOP passou a assumir sua realização a partir de 2004, sempre por meio de parcerias.

Diferentemente de edições passadas, que concentravam grandes shows e atrações em períodos curtos, o atual formato prioriza atividades formativas, como oficinas, debates, mesas temáticas e ações colaborativas com artistas locais e da comunidade acadêmica. A proposta também surge de uma necessidade prática: realizar um festival viável com os recursos disponíveis, distribuídos entre os três campi da UFOP. “A gente está trabalhando numa perspectiva do festival do possível”, afirma Raquel.

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O FIU tem como objetivos integrar a produção cultural acadêmica a outros setores da sociedade, reorganizar os processos do festival e estimular a participação ampla da comunidade universitária. Entre as principais iniciativas estão a criação de um núcleo de programação composto por grupos e coletivos culturais, a distribuição mais equilibrada de recursos entre os campi de Ouro Preto, Mariana e João Monlevade, além do incentivo a parcerias externas. 

A edição de 2025 tem como tema “Universo Inconsciente”, com a proposta de refletir sobre os processos mentais que ocorrem fora do alcance da consciência e seus efeitos sobre pensamentos, ações e comportamentos. A programação busca investigar coletivamente esse universo, por meio de atividades artísticas e culturais. A proposta inclui visões que vão do Surrealismo às tradições indígenas, passando por referências da psiquiatria como Nise da Silveira.

A UFOP planeja integrar universidade, comunidade e coletivos por meio de uma programação espalhada por múltiplos espaços, tanto nos campi como em locais públicos. O objetivo passa por reconstruir o formato do festival, conferir estabilidade e fortalecer o Plano de Cultura institucional .

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Primeiro dia do Festival de Inverno

A abertura do festival aconteceu no Grêmio Literário Tristão de Ataíde com a participação Reitor da UFOP, Prof. Luciano Campos da Silva, da Pró-reitora Adjunta de Extensão e Cultura, Raquel Leite Braz e Thiago Caldeira da Silva, coordenador da Coordenadoria de Cultura (CCULT).

Após a mesa de abertura, aconteceu a palestra “As Imagens Livres. A emoção do lidar. A liberdade em Nise da Silveira e Arthur Bispo do Rosário.”, proferida pelo artista e trabalhador da área de saúde mental, Kako Nabuco.

O pintor abordou a trajetória da psiquiatra Nise da Silveira, desde os anos em que viveu escondida e presa até sua atuação no Hospital do Engenho de Dentro, onde revolucionou o tratamento psiquiátrico ao substituir métodos violentos por abordagens afetivas e expressivas. 

Kako Nabuco apresenta suas obras em palestra no primeiro dia do festival de inverno
Em 1999, Kako começou a trabalhar na nascente Saúde mental de Ouro Preto como monitor, iniciando as oficinas terapêuticas, com o nome de Oficina da Lua - Foto: Larissa Antunes/Agência Primaz
O Prof. Dr. Érico Fonseca (trompete) e Dr. Anderson Daher (piano) se apresentam no primeiro dia do festival de inverno.
A primeira noite do festival se encerrou com o recital de Trompete e Piano com os músicos Prof. Dr. Érico Fonseca (trompete) e Dr. Anderson Daher (piano) - Foto: Larissa Antunes

Confira a programação completa no site da FIU.

Foto de Larissa Antunes
Larissa Antunes é graduanda em Jornalismo na UFOP e estagiária na Agência Primaz de Comunicação. Possui interesse por jornalismo cultural, radiojornalismo, audiovisual, fotojornalismo, movimentos político-sociais e expressões artístico- culturais.