- Mariana
Celso Cota fala sobre falta d’água, mineração e ocupações
Em entrevista, prefeito de Mariana diz que seu intuito é “fazer, com pouco dinheiro, o máximo possível”
- Marina Ferreira
- Supervisão: Luiz Loureiro

Em entrevista concedida à Rádio Mariana FM, na manhã dessa quinta-feira (23), o prefeito Celso Cota falou sobre os problemas de Mariana e os futuros projetos de sua gestão para a cidade. Falta d’água, ocupações irregulares, período chuvoso, plano de urbanização, demissão de servidores públicos e mineração foram alguns dos tópicos abordados na conversa. Celso afirmou que R$1,5 milhão está sendo investido em uma nova rede de captação de água para a Cidade Alta, citou o plano de urbanização para regularização das ocupações irregulares, e demonstrou preocupação com a infraestrutura da cidade com a chegada das chuvas intensas.
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O prefeito se solidarizou e pediu desculpas à população diante dos problemas de falta d´água no município e frisou sua indignação em relação a uma obra não finalizada, iniciada em 2021, quando um poço artesiano do bairro Santana foi perfurado, mas a adutora que abasteceria o reservatório do Alto Rosário não foi construída. Como plano de governo, ele pretende dar continuidade à obra e anunciou um investimento nos bairros Cartuxa e Cabanas, que vai captar água de uma localidade conhecida popularmente como “terreno do Vaguinho” e distribui-la para o Cartuxa e a parte central da Cidade Alta. A ordem de serviço já foi dada e a execução tem previsão de início na próxima segunda-feira (27), informou Celso Cota.
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Infraestrutura
Celso também demonstrou sua preocupação com a situação da cidade em função da proximidade do período chuvoso. Mais de 100 pontos de áreas de risco foram detectados pela Defesa Civil e, segundo ele, é necessário investir em muitas obras de infraestrutura, considerando que Mariana têm tido mais fluxo de carros e carretas. “Temos casas em áreas de risco, em áreas de preservação ambiental. Temos um diagnóstico da cidade, hoje. [Temos que] elaborar projetos ‘pra’ que possamos executar e tratativas com mineração”, afirmou.
Quanto às habitações irregulares, existe um plano de urbanização em estudo, em parceria com uma empresa especializada, que vai realizar a Regularização Fundiária Urbana (REURB), para que seja possível regularizar as regiões ocupadas, como Morada do Sol e região da Serrinha. “Todos sabíamos que iríamos passar por um processo que estamos passando agora. Mariana recebeu um número excessivo de trabalhadores, não tinha moradia ofertada de forma legal, [então] começaram as ocupações da forma que dava”, declarou, ressaltando a necessidade de planejamento e responsabilidade com o dinheiro público.
Investimentos
“Compraram um terreno da Mina da Passagem, a prefeitura investiu 12 milhões ali. Aí eu pergunto: passa naquela região e pergunta ‘onde tem 12 milhões ali investidos?’. É o que eu falo, não adianta ter recurso e não ter planejamento”. Após frisar a importância do investimento bem aplicado, Celso anunciou um recurso de R$10 milhões para reformas básicas nas moradias da sede e dos distritos que estão em situação precária.
A proposta é “fazer, com pouco dinheiro, o máximo possível” e realizar reformas mais rápidas. O intuito é atender aproximadamente 800 unidades, em 2024, e licitar 300 casas populares. O programa “Minha Casa, Minha Vida” também vai ser retomado, afirmou Celso.
Servidores públicos
Diante do questionamento a respeito da demissão de servidores da educação e da empresa terceirizada APPA, o prefeito afirmou que o critério utilizado para a dispensa dos trabalhadores foi o período de contrato, que, no caso da área da educação, fica vigente apenas durante o período letivo. “Não é novidade ‘pra’ ninguém. Quando vence, o contrato se encerra e inicia no ano seguinte. Nunca nenhum governo investiu tanto em educação quanto o nosso. Foi no nosso governo, em 2001, que capacitamos os professores, fizemos o plano de carreira. Não existe demissão na prefeitura, existe um contrato que tem prazo ‘pra’ iniciar e prazo ‘pra’ encerrar”. Celso informou que os salários dos funcionários públicos devem ser ajustados, de acordo com a correção de inflação, e que, em 2024, a pretensão é que mais de 400 empregos diretos sejam gerados.
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Trânsito
A preocupação da prefeitura é diagnosticar os impactos na infraestrutura, disse Celso, e a intenção, para diminuir o fluxo de carretas no trânsito de Mariana, é dar um novo direcionamento para o transporte utilizado pela mineração. Para isso, reuniões com a Vale do Rio Doce e Cedro estão sendo feitas para que o minério passe a ser conduzido por uma parte da rede ferroviária cedida pela Vale. Dentro da cidade, outra intervenção a serem implantada é a via expressa, que passaria pelo Gogo, Rosário, São Gonçalo e Passagem, além de um novo acesso ao bairro Cabanas.
Mineração, saúde e tapa buraco
Celso Cota também falou sobre a fiscalização das atividades de mineração, que é de responsabilidade de órgãos estaduais e federais, como a Agência Nacional de Mineração (ANM), e fez uma crítica à postura do órgão diante do risco de um novo rompimento da barragem da Vale, que supostamente afetaria o distrito de Santa Rita Durão. “A ANM foi irresponsável, porque ela tinha uma visita in loco a fazer. Essa visita sendo feita, ela deveria promover o deslocamento da comunidade, mas sabendo da possibilidade da visita, e criar um tumulto com uma informação que depois foi comprovadamente atestada que não tinha razão de ser, nos preocupa muito”, afirmou.
O prefeito ainda falou da necessidade de uma parceria com as mineradoras de forma a atender às necessidades do município; de um investimento de R$6 milhões em recapeamento asfáltico pelas ruas da cidade; da relação próxima com as comunidades dos distritos; e da cobrança em relação à saúde, citando que a previsão é que a UPA São Pedro seja entregue em abril ou maio de 2024.

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