Lobo-guará é resgatado após atropelamento na divisa de Mariana e Ouro Preto

Ainda neste mês, o Instituto Habitat recebeu também a denúncia de uma jaguatirica encontrada morta, próximo ao distrito Cachoeira do Brumado, e de um cervo ferido que segue em observação.

De acordo com Tiago Lage, diretor do Instituto Habitat, não há maneiras de apontar com clareza a frequente ocorrência de casos como esses, devido à falta de estudos técnicos na área, mas alguns possíveis fatores podem ser analisados. “A mineração é um dos fatores dessa fuga da mata, devido ao uso dos recursos naturais, do uso exacerbado da terra. Tem também os incêndios florestais que retiram a área coberta e a alimentação do animal levando- o a procurar outras áreas”, comenta o diretor.

O ambientalista também acredita que a frequência de denúncias aumentou devido a visibilidade que o Instituto vem conquistado com suas parcerias, apontando os desafios enfrentados pelo Instituto que dificultam o resgate de mais animais. “Hoje não temos políticas públicas claras, projetos de lei que funcionam, estruturas de resgate, subsídios de assistência médica veterinária, reabilitação e soltura. A gente ainda está engatinhando, não só no âmbito municipal, como no estadual e federal. Eu acho que temos um caminho longo a percorrer e os gestores públicos necessitam olhar com outros olhos para essa questão”, finaliza Tiago.

O Instituto Habitat é uma organização independente que atua desde 2021 na região, trabalhando no resgate e manejo de animais silvestres. Sua principal base de apoio é por meio de doações e voluntariado.