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Hoje é segunda-feira, 20 de maio de 2024

Obras de reservatórios de água no Alto do Rosário chegam à etapa final

SAAE promete entregar os reservatórios em dezembro para solucionar problemas de distribuição de água na região

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Sobre fundo branco, a logomarca da Agência Primaz, em preto, e a logomarca do programa Google Local Wev, em azul, com linhas com inclinações diferentes, em cores diversasde cores diversas
Reservatório de água, com capacidade de 1 milhão de litros, instalado no bairro Alto do Rosário, que deve entrar em operação em dezembro
Os reservatórios estão em fase final de construção e devem ser entregues no próximo mês – Foto: Lucas Barbosa/Agência Primaz

Em setembro, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) deu início às obras de dois reservatórios, um com capacidade de 1 milhão de litros e outro de 500 mil litros, ambos na rua Pinho, no bairro Rosário. Com o término da construção desses reservatórios, previsto para dezembro, o SAAE acredita que conseguirá suprir a demanda da população local, que vem sofrendo com a falta de água de forma recorrente durante anos. Além das duas obras no Rosário, outros reservatórios serão construídos nos bairros Santa Rita de Cássia (dentro da Estação de Tratamento), Loteamento Vila Real, Cruzeiro do Sul e Nossa Senhora Aparecida.

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O processo licitatório foi iniciado em 2021 e concluído no início deste ano. Em 2022, a reportagem da Agência Primaz entrevistou Ludmila Gomes que convivia com o problema frequente de falta de água no bairro. Um ano depois, com o retorno de nossa equipe, ela afirma que a situação não é diferente. “Continuamos sofrendo com a falta de água. Praticamente toda semana ficamos sem água ao menos um ou dois dias. Acreditamos, nós moradores do bairro, que o SAAE não está fazendo a manobra de água corretamente, não está sendo suficiente para abastecer as casas”.

Ludmila, que reside na Travessa Pinho conta que “antes de desmancharem a caixa d’água da rua Pinho, em 2019, não tínhamos problema com a falta de água. Mas acredito que essa não seja a razão principal por nosso lado do bairro faltar tanta água. Da torre para baixo é muito raro ver um caminhão pipa nas ruas, mas aqui no alto é recorrente”.

A moradora relata a dificuldade que a falta de água afeta o cotidiano dos moradores da região, que tentam acionar o SAAE para que algo seja feito. Uma das soluções que conseguem é a chegada de um caminhão pipa ao local. Porém, ele só é enviado se houver mais de quatro moradores reclamando da falta de água simultaneamente. Para Ludmila, a entrega dos reservatórios pode ser uma saída, mas ela afirma ficar “preocupada com a manutenção, em como será feito o armazenamento, se haverá fiscalização e tratamento da água”, reclamando ainda da cobrança de água e esgoto, sem que haja um tratamento adequado. “Estão nos cobrando uma água e um esgoto que não são tratados. Dizer que colocam cloro na água é fácil, isso até eu faço aqui em casa”, finaliza.

A Associação de Moradores do Bairro Alto do Rosário também tem atuado na questão, mas um dos pontos levantados é que nem a entidade nem os moradores conseguem saber mais como é feita a distribuição de água na região. A falta de água é recorrente, mas em certos pontos do bairro a água chega e em outros não.

“O problema não está na seca ou na escassez de água, está na distribuição e em como é feita a manobra dessa água. A Rua Pau Brasil, por exemplo, fica meses sem água, mesmo caindo água em outras casas do bairro”, explica Kátia Quirino, presidente da associação.

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Em uma rua estreita e íngreme do bairro Alto do Rosário, mulher aponta para casas que têm problema de abastecimento de água
Kátia aponta locais da Rua Cajazeira onde a água não cai, em dias que a maioria da rua tem água – Foto: Alexandre Anastácio/Agência Primaz

Kátia revela que o problema da falta de água era menor no local antes do SAAE operar. “Até 2014 a gente não tinha esse problema com a água como agora. Eu atesto isso como moradora há 22 anos do bairro”. Ela ainda ressalta que esse ponto não é apenas uma crítica ao trabalho da SAAE, mas um apelo para que seja feita a distribuição de água de forma mais organizada no bairro.

Apesar disso, o término das obras dos reservatórios é visto como um ponto positivo por Kátia. “É uma esperança, até porque os reservatórios são grandes e, principalmente, porque são dois. Então eu espero que essa escassez de água seja mais controlada. Que, pelo menos, quando faltar água, nós sejamos avisados da manobra de água na região”, afirma.

Posicionamento do SAAE

O problema é que não investiram em saneamento dentro de Mariana. Das últimas gestões para cá [é] que estão investindo, de fato, em infraestrutura e abastecimento de água na cidade”, explica Ronaldo Camelo, diretor executivo do SAAE. Reconhecendo que muito se fala em relação à grande quantidade de água disponível no município, Ronaldo ressalta que “nós [SAAE] não podemos captar todas as águas. Podemos chegar em um manancial e captar no máximo 30% dele, por exemplo”.

O diretor do SAAE garante que não existe um tratamento diferenciado nas regiões da cidade em relação à distribuição de água. A manobra é realizada principalmente em períodos de seca para que todos possam ser atendidos de forma justa.

Especificamente sobre o problema no Alto do Rosário a autarquia afirmou que “Mariana viveu, nos últimos meses, um período e seca muito forte, que associado à ocupação irregular na parte alta do Rosário, quando muitos desses moradores fizeram ligações clandestinas nas adutoras, comprometendo assim o abastecimento regular na região do Rosário. Com a implantação de dois reservatórios no bairro, que juntos têm a capacidade de armazenar cerca de dois milhões de litros de água, o SAAE Mariana vai fortalecer todo sistema de abastecimento de água nesta comunidade”.

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