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Hoje é sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

SAAE e Vale negam contaminação de captação de água por sedimentos de minério

Alguns bairros de Mariana foram abastecidos com água proveniente da captação Cristal apresentando alta concentração de materiais em suspensão

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Captação superficial chamada Cristal (ou Del Rey) abastece boa parte da região nordeste da sede do município de Mariana – Fonte: Assessoria de Comunicação/SAAE
Na madrugada do dia 22 de fevereiro, as residências dos bairros Colina, Nossa Senhora Aparecida, Dandara, Vila Aparecida e parte do Barro Preto, foram abastecidas com água apresentando grande quantidade de materiais em suspensão, em condições inadequadas para uso e consumo. Em nota divulgada no início da noite daquele dia, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) informou que a água estava “com aspecto barrento e cor avermelhada devido ao minério que foi carreado para a captação”, proveniente do transbordamento de um “pequeno reservatório de água de chuva da mineradora Vale, na Mina Del Rey”, reafirmando a justificativa em nota publicada no dia seguinte (23/02). Na quinta-feira (24) o próprio SAAE reproduziu nota da mineradora Vale, negando a causa do incidente e afirmando que “estudos preliminares realizados por equipe especializada dedicada apontaram que não houve movimentação de minério para o sistema de captação de água do SAAE”. Nos últimos dias o SAAE realizou a limpeza e abastecimento por caminhões-pipa no reservatório localizado no bairro Nossa Senhora Aparecida e anunciou a execução das mesmas ações no reservatório Estrela do Sul.

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Turbidez da água e comunicados conflitantes

A Agência Primaz teve acesso a um vídeo curto, publicado em grupo de WhatsApp no dia 22, mostrando o aspecto barrento da água que estava chegando aos reservatórios das residências dos bairros afetados. “Olha a cor da água de Mariana. Olha se isso é uma água ‘pra tá’ cobrando 20 reais de taxa?”, reclamava a autora do compartilhamento.

Aspecto barrento da água fornecida no dia 22 de fevereiro – Fonte: Reprodução/WhatsApp

O Comunicado SAAE, postado às 18h43 do dia 22/02, utilizou o termo “galgamento” (transposição por massa de água), para explicar o incidente que teria ocorrido em “um pequeno reservatório de água de chuva da mineradora Vale, na Mina Del Rey”, resultando em carreamento “de grande quantidade de sedimentos para a captação de sedimentos para a captação do SAAE”, o que teria aumentado “em grande quantidade a turbidez da água”, deixando a mesma “com aspecto barrento e cor avermelhada devido ao minério que foi carreado para a captação”.

Reprodução da primeira nota publicada pelo SAAE: Fonte: Facebook/SAAE

Às 17h56 do dia seguinte (23/02), um novo comunicado foi divulgado pelo SAAE, agora informando que uma “equipe de monitoramento de qualidade da água do SAAE” teria identificado a ocorrência “de uma erosão de uma parte da parede de contenção de um ‘sump’ [reservatório escavado em local estratégico para onde grande parcela da água superficial da mina é direcionada] na área da Mina Del Rey, de propriedade da Vale”. Informava, ainda, que “uma equipe de geotecnia da empresa [Vale]” já teria tomado as providências para impedir a continuidade de carreamento de sedimentos, que amostras foram recolhidas e encaminhadas para análise, além de anunciar a disponibilização, pela Vale, de caminhões-pipa para a realização de limpeza dos reservatórios abastecidos com a água da captação afetada.

Confira a íntegra do comunicado publicado no dia 23:

Durante as chuvas da noite de segunda-feira dia 21/02, ocorreu a erosão de uma parte da parede de contenção de um sump na área da Mina Del Rey, de propriedade da Vale. Esse fato foi identificado pela equipe de monitoramento de qualidade da água do SAAE na manhã da terça-feira dia 22.

Imediatamente após essa identificação o contato foi feito com a mineradora que prontamente enviou uma equipe ao local. Realizada a avaliação in loco, a equipe de geotecnia da empresa realizou a devida manutenção, estancando o carreamento de sedimentos. Porém, mesmo com a ação rápida esses sedimentos já haviam sido carreados para captação conhecida como Cristal utilizada pelo SAAE.

Por se tratar de um manancial de superfície, a água de abastecimento logo teve uma alteração na turbidez e coloração. As equipes técnicas do SAAE Mariana e da Vale se juntaram e realizaram diversas coletas, em pontos estratégicos para análises, as quais foram encaminhadas ao laboratório para diagnósticos físico-químicos e microbiológicos.

A princípio como a rede está com o clorador ativo, a água fornecida não apresenta alguma anormalidade para o uso doméstico, somente a coloração e turbidez alteradas.

A Mineradora Vale disponibilizou para o SAAE, caminhões pipa para fazer a limpeza dos reservatórios que armazenam água da captação do Cristal.

Hoje (23) coletamos amostras da água para medir a concentração de partículas suspensas e turbidez, essas amostras apresentaram bem menos alterações do que ontem (22).

A previsão da engenharia de qualidade da água do SAAE Mariana é que até sábado estará nos parâmetros normais. O consumidor poderá solicitar abastecimento suplementar em nosso serviço de atendimento nos telefones 115 ou 3557-9300.

Na quinta-feira (24), o SAAE divulgou um “Comunicado Importante”, informando que as residências afetadas pela turbidez da água fornecida pela captação do Cristal poderiam solicitar a limpeza e desinfecção dos reservatórios. Comentando a postagem, um morador do bairro Nossa Senhora Aparecida elogiou a medida, mas cobrou respostas relativas aos resultados das análises anunciadas anteriormente. “Importante medida! Pelo menos até sabermos o resultado da análise laboratorial da água”, postou o morador, que já havia questionado os eventuais riscos do minério carreado em termos da saúde humana, afirmando que a simples cloração da água não garantiria proteção total em relação a todas as substâncias eventualmente encontradas na água.

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Aproximadamente 2h depois do comunicado de limpeza dos reservatórios residenciais, o SAAE reproduziu nota da mineradora Vale desmentindo que a turbidez da água da captação do Cristal tivesse sido decorrência de carreamento de minério. “Estudos preliminares realizados por equipe especializada dedicada apontaram que não houve movimentação de minério para o sistema de captação de água do SAAE, não sendo esta a causa da turbidez”, afirmou a Vale no comunicado de esclarecimento, destacando que a Mina Del Rey “é uma unidade da Vale localizada às margens da MG-129, em Mariana (MG), que atualmente não possui atividades operacionais”. No texto, a empresa declarou, ainda, que as “ações estão voltadas para o entendimento das causas do evento, correção imediata dos problemas causados e prevenção de futuras ocorrências”.

Reprodução da nota da empresa Vale – Fonte: Facebook/SAAE

Turbidez: A turbidez na água é causada por partículas em suspensão, tais como argila, detritos sílico-argilosos, partículas orgânicas e inorgânicas finamente divididas, compostos orgânicos solúveis (dissolvidos) coloridos e outros micro-organismos, sendo uma expressão da propriedade óptica que provoca a dispersão e absorção de luz ao invés de sua propagação em linha reta através de uma amostra.

Limpeza e abastecimento de reservatório

A Agência Primaz foi notificada sobre uma intensa movimentação de caminhões-pipa e de funcionários da Vale e do SAAE na Rua Roraima, situada na fronteira entre os bairros Colina e Nossa Senhora Aparecida, no local onde existe um reservatório com capacidade para 200 mil litros, abastecido com a água da captação Cristal, por meio de bombeamento. Segundo nossas fontes, desde a sexta-feira (25/02), teria sido feita a limpeza do reservatório sob a supervisão do SAAE e da Vale, seguido por abastecimento feito com a utilização de vários caminhões-pipa com identificação de empresas prestadoras de serviços.

Movimentação de caminhões-pipa abastecendo o reservatório da Rua Roraima – Foto cedida por morador do bairro Nossa Senhora Aparecida

Posicionamento da Vale e do SAAE

A reportagem da Agência Primaz encaminhou e-mail à mineradora Vale, via setor de Relacionamento com a Imprensa, uma série de perguntas relacionadas fato, questionando sobre a identificação da causa efetiva do aumento de turbidez na água; se seriam falsas as informações a respeito da erosão de parede de contenção do “sump” e de “estancamento de carreamento de sedimentos”; sobre o papel desempenhado efetivamente pelas equipes da Vale no local do problema; sobre quais ações, como mencionado na nota do dia 24, a Vale desenvolveu para “entendimento das causas do evento, correção imediata dos problemas causados e prevenção de futuras ocorrências”; a respeito de quais eram, no passado, as atividades operacionais realizadas na mina Del Rey e quando elas teriam sido encerradas; sobre como é feito o acompanhamento, fiscalização ou qualquer outra atividade de monitoramento do que acontece no referido local e qual a finalidade do suposto “sump” ou “reservatório” existente no local; sobre a razão da presença de funcionários da Vale nas imediações do reservatório do SAAE, localizado na rua Roraima, enquanto caminhões abasteciam o referido local e se a empresa efetivamente prestou assistência ao SAAE na limpeza ou qualquer outra atividade naquele e/ou em outros reservatórios; a respeito do envolvimento da empresa em alguma atividade relativa à coleta de amostras de água e remessa para análise em laboratório próprio ou de terceiros, solicitando também informações sobre a autoria das análises e sobre os resultados obtidos, finalizando com um questionamento da razão do apoio ao SAAE, tendo em vista que a nota da Vale dava a entender que a empresa não teria qualquer tipo de responsabilidade no ocorrido.

De forma Lacônica, e sem responder diretamente `maioria dos pontos questionados, a Agência Primaz recebeu, na segunda-feira (28/02), a seguinte resposta, transcrita na íntegra.

A Vale, juntamente com o Sistema Autônomo de Água e Esgoto de Mariana (SAAE), está empenhada no entendimento da causa da ocorrência e reforça o seu apoio nas medidas mitigatórias. Estudos preliminares realizados por equipe especializada dedicada apontaram que não houve carreamento de minério para o sistema de captação de água do SAAE. A mina Del Rey está paralisada desde 1997 e suas estruturas são inspecionadas regularmente pela empresa. A Vale reitera o seu compromisso com a segurança das comunidades das localidades onde está presente e de suas operações.

Atenciosamente,

Amanda Machado

Relacionamento com a Imprensa | Media Relations

Funcionários do SAAE e da Vale inspecionam a entrada do reservatório da Rua Roraima – Foto cedida por morador do bairro Nossa Senhora Aparecida

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Em contato telefônico com a Agência Primaz, na manhã de segunda-feira (28/02), Ronaldo Camêlo, Diretor Executivo do SAAE, apresentou uma versão diferente dos fatos, confirmando o que havia sido divulgado na nota da Vale e atribuindo a um equívoco interno a informação de carreamento de sedimentos de minério para o local de captação de água. “Lá na região da Mina Del Rey existem umas bacias de decantação, que são usadas para dissipar a energia da água. Só que uma dessas bacias teve um volume muito alto, saturou e transbordou, indo passar pela estrada. E como é uma estrada de terra, a água ficou muito turva e verteu para a captação do Cristal. Não é que houve carreamento de minério para a captação do Cristal. Houve sim a alta turbidez, por essa água ter passado por uma estrada que não é de asfalto ou outro tipo de pavimentação. Essa bacia de dissipação é chamada também de “sump”, mas houve uma divergência, uma má informação, falando que houve carreamento de sedimentos de minério”, assegurou.

O Diretor Executivo garantiu que ele próprio compareceu ao local e constatou que a causa da turbidez foi decorrente da estrada de terra, que está discutindo com a Vale a implantação de medidas para evitar nova ocorrência semelhante e que assumiu a responsabilidade de analisar as amostras coletadas somente em termos de potabilidade, por considerar que isso não é justificável. “Quando eu compareci lá na área, junto com os responsáveis técnicos da Vale e do SAAE, nós conversamos algumas coisas ‘pra’ que a gente possa ter uma melhoria nessa água que a gente faz a captação lá no Cristal. E eles já estão dispostos a fazer ‘pra’ melhorar a qualidade da água de lá, mas só de passar pela cloração, pela desinfecção, ela já se torna potável, já entra nos parâmetros de potabilidade. (…) E até questionaram por que não foi feita uma análise da água para metais pesados, mas eu não acho que é justificável fazer porque não carreou nada de minério de ferro para a água. Foi constatado ser só essa alta turbidez”, declarou.

A Agência Primaz teve acesso ao Laudo de Potabilidade de Água, reproduzido parcialmente acima, assinado por Wisner Márcio das Dores Conceição, Chefe do Departamento de Tratamento de Água do SAAE. “A água fornecida pela captação do Cristal e que abastece os bairros Vila Aparecida, Nossa Senhora Aparecida, Barro Preto e Colina Parte alta e baixa, que foram afetadas pela alta turbidez e cor, vem sendo monitorada diariamente pela equipe técnica do SAAE Mariana desde que a situação chegou ao nosso conhecimento, na manhã de terça-feira (22/02). (…) Venho por meio deste Laudo de Potabilidade informar que no dia de hoje, sexta-feira (25/02), a água de abastecimento proveniente da captação do Cristal já se encontra com as características dentro dos padrões exigidos pelo Ministério da Saúde”, diz o laudo, apresentando os resultados obtidos na análise dos parâmetros cloro, turbidez e cor, todos abaixo dos requisitos de potabilidade, e com ausência de coliformes totais e fecais.

A partir disso a conclusão do responsável técnico pelo tratamento de água atesta “que a água de abastecimento proveniente da captação do Cristal, atende aos requisitos de potabilidade de água exigidos pela Portaria Nº888/2021, do Ministério da Saúde, uma vez que os valores se encontram abaixo dos valores máximos permitidos apresentados pela mesma”.

De acordo com Ronaldo Camêlo, o acompanhamento feito na captação mostrou que, já no dia 22 a turbidez já tinha melhorado sensivelmente. “Isso aconteceu de madrugada, por volta das 3 ou 4h da manhã. Quando foi 4h da tarde, a turbidez tinha caído ‘pra’ menos de 10% do que estava antes. Isso demonstrou que diminuiu a turbidez drasticamente”, afirmou.

Apesar disso, “por desencargo de consciência”, Ronaldo informou que foi decidido fazer, com o apoio de caminhões-pipa cedidos pela Vale, a limpeza do e a manutenção do nível do reservatório para evitar desabastecimento da população dos bairros atingidos. “Disponibilizaram ‘pra’ gente 15 caminhões-pipa. Nós fizemos a limpeza na sexta-feira e, de sexta ‘pra’ sábado, ‘pra’ não ficar um volume baixo nos reservatórios, os caminhões-pipa já encheram o reservatório. O reservatório hoje [segunda, 28/02] continua com abastecimento por caminhões-pipa para não deixar faltar ‘pra’ comunidade, mas a água já voltou tudo ao normal, e nós estamos mantendo o reservatório completamente cheio. A gente ‘tá’ colocando caminhão-pipa lá porque o consumo ‘tá’ muito alto e estamos colocando caminhão-pipa ‘pra’ suprir a demanda. O reservatório continua sendo abastecido pela captação do Cristal e os caminhões-pipa estão complementando para não impactar mais a comunidade”.

Caminhões contratados pela Vale continuavam a fazer o abastecimento na segunda-feira (28/02) à tarde – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz
Transferência da água dos caminhões-pipa para o reservatório da Rua Roraima, utilizando mangueira de grande diâmetro – Foto: Luiz Loureiro/Agência Primaz

A reportagem da Agência Primaz esteve na Rua Roraima na tarde da segunda-feira (28) e presenciou, em curto espaço de tempo, o descarregamento de aproximadamente 60 mil litros de água no reservatório. Em conversas com moradores do local, foi apurado que a aparência da água já se achava próxima do normal, no entendimento dos moradores da rua, mas também houve uma pessoa que, sob condição de anonimato, afirmou que a situação em outras ruas ainda não tinha sido adequadamente resolvida, lembrando que ainda persiste o problema de barro ou lama nos reservatórios de suas casas.

Em relação à limpeza dos reservatórios domiciliares, Ronaldo afirmou que o SAAE já tinha cadastrado aproximadamente 100 residências, mas o trabalho só seria feito após a limpeza do reservatório da Estrela do Sul (região próxima à Policlínica), para evitar problemas decorrentes da interligação de reservatórios. “É um processo que a gente vai por etapas. A gente tem que ver como que ‘tá’ a qualidade lá na captação, ‘pra’ eu limpar o reservatório de distribuição e, consequentemente, limpar os reservatórios das residências. Se eu fizer ao contrário, não resolve nada”, declarou o Diretor do SAAE, informando que a fase de limpeza do outro reservatório deve executada no próximo sábado (05/03). “No Estrela do Sul eu ‘tô’ programando ‘pra’ fazer (a limpeza do reservatório) no sábado à tarde, porque é o dia que nosso consumo diminui muito. Assim que a gente terminar a limpeza, a gente vai entrar com caminhões-pipa ‘pra’ encher o reservatório. Nessa região não estamos tendo mais reclamação de falta d’água”, afirmou Ronaldo ao final de nosso contato na manhã de segunda-feira.

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Demandas e dúvidas da Associação dos Moradores do bairro

A reportagem da Agência Primaz conversou também com o advogado Thalison Maia, Presidente da Associação do Bairro Nossa Senhora Aparecida, que falou sobre as preocupações e problemas históricos do local, em especial quanto à questão da água. “A Associação dos Moradores do bairro Nossa Senhora Aparecida sempre se mostrou muito preocupada em relação à falta de água no bairro. É algo historicamente é corriqueiro no bairro, desde quando se chamava ainda Loteamento de Cássio, o bairro nunca teve água em constância. Quando se fala em manobra de água no restante da cidade, às vezes as pessoas falam: ‘Olha vai ter uma manobra”, mas no bairro Nossa Senhora Aparecida é algo comum, é algo diário. ‘Pra’ gente, exceção é quando cai água por dias seguidos, sem ter nesse momento nenhum período de racionamento”, iniciou Thalison.

O presidente da associação de moradores também comentou a questão da perfuração de um poco artesiano, prometida na gestão anterior e só executada recentemente, lamentando a falta de informações sobre sua entrada em funcionamento, bem como sobre o processo de construção de um novo reservatório. “Em relação ao poço artesiano, a associação sempre se mostrou muito preocupada. Então a gente, por diversas vezes, procurou o poder público ‘pra’ que pudesse manter um diálogo. Em uma das nossas reuniões com o ex-prefeito Duarte Júnior, ele nos deu uma notícia que nos deixou extremamente esperançosos, que foi a realização de um estudo ‘pra’ perfuração de um novo poço artesiano ‘pro’ bairro Nossa Senhora Aparecida. Então, quando Duarte Júnior nos deu essa notícia, a gente ficou extremamente contente e esperançoso porque ele disse seria instalada no bairro Nossa Senhora Aparecida uma caixa d’água com capacidade ‘pra’ um milhão de litros de água. Entretanto o que se passou a partir daí foi o seguinte: A gente recebeu, há quinze dias, também com muita satisfação, a informação de que estava chegando o maquinário ‘pra’ perfurar um poço que ia atender tanto o bairro Nossa Senhora Aparecida, quanto o bairro Colina de Baixo. E, na postagem que a gente viu em rede social, também uma parte até do Barro Preto, algo que nos deixou em primeiro momento até um pouco curiosos, porque a gente sofre com tanta falta de água, será que vai ter tanto? Mas a gente não recebeu oficialmente [até agora], nem por parte do SAAE, nem por parte da Prefeitura Municipal de Mariana, informações referentes à instalação desse reservatório de água”, relembrou Thalison.

Outra reclamação dos moradores do bairro é relativa à obra de instalação de uma nova rede de abastecimento de água na Rua Goiás que se encontra parada, sem a recomposição do recapeamento. “A gente acompanhou nos últimos 15 também, o início do corte do asfalto e, parece, que da passagem de uma tubulação ali na Rua Goiás. Mas também não nos foi dito que tubulação é aquela, qual que seria a serventia daquela tubulação. E o que foi deixado ali foi um legado de dor de cabeça, porque chove, ‘tá’ carreando material ‘pra’ Rua Santa Catarina, ‘pra’ uma parte da própria Rua Goiás, algo que tem se mostrado ali muito perigoso no trânsito e até ‘pra’ travessia de pedestre”, finalizou o presidente da associação.

A Agência Primaz fez novo contato com o Diretor Executivo do SAAE, que forneceu informações sobre a questão do poço artesiano, confirmando a excelente vazão conseguida, mas que ainda aguarda autorização para entrar em funcionamento. “Nós estamos aguardando a liberação do poço porque primeiro a gente tem que entrar com o pedido de perfuração. Depois que perfurou, a gente vai ver qual a vazão e entra com a solicitação de outorga no IGAM [Instituto Mineiro de Gestão das Águas]. O poço tem 12,5 por segundo. É um poço que eu vou ter uma vazão diária de 1 milhão a 1,1 milhão de litros de água”.

Ronaldo informou que já foi lançado o edital de licitação para a construção do de seis novos reservatórios, entre os quais o do bairro Nossa Senhora Aparecida com capacidade para armazenamento de 500 mil metros cúbicos, com investimento total de pouco mais de R$5,9 milhões. “Além de outros poços artesianos ‘pra’ serem perfurados, eu tenho também a licitação ‘pra’ construção de reservatórios. Dois no Rosário, um no Nossa Senhora Aparecida, um no loteamento do município, um no Cruzeiro do Sul e um outro lá na ETA [Estação de Tratamento de Água] do Santa Rita de Castro”.

Questionado em relação à obra no Rua Goiás, Ronaldo afirmou ter havido dificuldade com a quebra de equipamentos da usina de asfalto da empresa contratada, que o problema vai ser solucionado em breve, esclarecendo que a obra foi feita para resolver um problema antigo de parte da Rua Pará. “Houve um problema na produção de asfalto de asfaltamento, e aí eu não consegui fazer o asfaltamento daquele local, mas vamos retomar o asfaltamento agora depois do Carnaval. É uma obra normal da rua, feita para atender a Rua Pará, que tinha oito a 10 casas com problemas de abastecimento”, finalizou o Diretor do SAAE.

Em postagem realizada no Facebook hoje (sexta-feira (03/03), o SAAE informou que o seu setor de manutenção de vias executou a recomposição asfáltica na Rua Goiás.

O antes e o depois (hoje) do capeamento asfáltico da Rua Goiás – Foto: Facebook/SAAE

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