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Hoje é quinta-feira, 2 de maio de 2024

Turismo ecológico em Mariana: Ecoturismo combina com mineração?

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A tragédia ocorrida no município mineiro de Capitólio no último final de semana, dentre vários pontos, fez acender o alerta sobre como o ecoturismo é tratado no Brasil, principalmente nas pequenas cidades. Será que o país estaria realmente preparado para receber turistas interessados em ter contato com a natureza?

E no caso de Mariana, será que a cidade, além de estar preparada para oferecer e receber esse tipo de turismo, conseguiria trabalhar o turismo ecológico tendo a mineração tão integrada em suas paisagens?

São estes alguns dos pontos que iremos abordar no post de hoje.

O que é turismo ecológico (ou ecoturismo)?

De acordo com os dados do ICMBio, somente em 2019, milhões de visitantes gastaram cerca de R$2 bilhões nos municípios do entorno das unidades de conservação, gerando cerca de 80 mil empregos diretos.

Estes números refletem a importância do turismo ecológico ou ecoturismo no país. Um tipo de turismo que podemos classificar como sendo aquele que trabalha com a “atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações”.

O cenário do ecoturismo em Mariana

Em Mariana contamos com diversas cachoeiras, rios, florestas e montanhas que se enquadram como destinos para o turista interessado no ecoturismo. No entanto, poucos estão dentro de áreas protegidas, públicas ou privadas, que poderiam facilitar o impulsionamento deste tipo de movimentação turística na cidade.

Um dos grandes exemplos locais de destino de ecoturismo que podemos citar é o do Parque Estadual do Itacolomi, um gigantesco espaço natural, conservado e com vários atrativos e atividades, que, apesar de ter por volta de 80% do seu espaço localizado em Mariana, não conta com uma entrada pela cidade — algo que não diminui a força do lugar, mas impacta na visitação através de Mariana.

Ecoturismo vs Mineração

O município de Mariana enfrenta vários problemas ambientais relacionados à mineração e são problemas que vêm desde antes mesmo do rompimento da Barragem de Fundão, em 2015.

O próprio Parque Estadual do Itacolomi, por exemplo, não consegue combater de forma tão eficiente o desmatamento e o avanço de construções na região de Mariana em áreas protegidas, pois boa parte do terreno do próprio parque está em cima de um terreno obtido por uma empresa de mineração há séculos atrás. O que também justifica não termos uma entrada para o parque através de Mariana.

Além disso, existe o forte impacto das mineradoras, tanto no meio ambiente quanto no meio socioambiental da região. Algo que bate de frente com a proposta elaborada para se trabalhar o ecoturismo no Brasil lá no conveção Eco-92, onde foi colocado que “os princípios e os critérios para o desenvolvimento do segmento devem considerar a gestão socioambiental dos recursos naturais, para que os impactos positivos do Ecoturismo sejam maximizados, e os negativos sejam minimizados na esfera ambiental, social e econômica”.

Termos como “mineração sustentável” são amplamente discutidos, uma vez que o extrativismo, ainda que com menos impactos do que o trabalhado hoje, ainda traria diversos impactos negativos ao meio ambiente e por isso não pode ser tido como sendo de fato sustentável.

Como a ADAPRO pode ajudar a impulsionar o turismo ecológico na cidade

Um tema tão amplo como o ecoturismo em Mariana não seria abordado facilmente pela ADAPRO, e por isso mesmo o videocast sobre o assunto rendeu dois episódios, onde no primeiro abordou pontos relacionados ao Parque do Itacolomi e no segundo outros relacionados à mineração na região dos inconfidentes.

Para a ADAPRO é necessário pensar na substituição da matriz econômica da região, a mineração, de forma inteligente e sustentável.

Além de diversos estudos apontarem que a extração mineral da região não consegue se manter por muitos anos, é fato que este tipo de indústria impacta negativamente os rios, florestas, solo e comunidades em seu entorno, por essas e outras devemos pensar de forma mais ampla na diversificação econômica, principalmente naquela que tem como carro chefe o turismo e a sustentabilidade real.

Assim como foi dito no texto sobre Turismo Rural, enquanto o turismo não for colocado como opção para a substituição da mineração em nossa economia, teremos dificuldades para atrair mais turistas interessados em aproveitar da parte conservada da nossa natureza.

Quer saber mais sobre a ADAPRO? Então acesse o nosso site adapro.com.br para saber mais a respeito da primeira Agência de Desenvolvimento com foco no turismo do Brasil.