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Hoje é domingo, 19 de maio de 2024

Usuários apontam problemas no transporte público em Itabirito

Prefeitura não se manifestou quanto à normalização do serviço

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População de Itabirito não tem transporte coletivo em determinados horários e dias - Foto: Reprodução/Facebook
Em Itabirito, usuários do transporte coletivo vêm relatando problemas com relação aos horários e trajetos dentro da cidade e nos distritos. De acordo com fontes ouvidas pela Agência Primaz, os ônibus param de circular por volta das 19h, deixando alguns trabalhadores sem a opção para o retorno para casa. Sem retorno direto da Prefeitura de Itabirito e da concessionária, a Agência Primaz apurou que a empresa Serra Verde deseja receber subsídio da administração municipal para cobrir conseguir operar linhas deficitárias.

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Gestante relata problema em São Gonçalo do Bação

A manicure e cabeleireira Luana Pires, de 23 anos, é moradora do distrito se São Gonçalo do Bação e, frequentemente utiliza o transporte público para consultas médicas em Itabirito. Ela utiliza a rota Macedo, Saboeiro, São Gonçalo do Bação para Itabirito. Porém, desde o início da pandemia, ela já vem sofrendo com os efeitos da redução das linhas que atendem a região. “Desde o início da Pandemia, eles tiraram os ônibus todos os dias e deixaram só segunda e sexta, com a desculpa da Pandemia. Até então a gente aceitou, pois era uma forma de prevenção“, afirma a manicure.

Segundo a moradora do distrito, com a evolução da pandemia e melhora nos quadros de contaminação, o transporte não retornou. “As coisas foram aliviando e nada do transporte voltar. A empresa alegou ter que esperar a próxima licitação. Mas como o povo espera a próxima licitação?“, indaga.

Luana trabalhava em um salão, no centro de Itabirito, e precisou de utilizar caronas para poder cumprir exercer sua função. Enfrentando uma gravidez de risco, ela conta que precisa realizar vários exames e acompanhamentos, e tem perdido essas consultas, uma vez que o seu médico só atende as quintas feiras, dia que os ônibus não circulam na região em que ela reside. “Faço acompanhamento especializado em Itabirito, e já perdi exames por não ter como descer. Me preocupo quando ganhar bebê e não sei como vou fazer quando retornar ao trabalho, e é uma questão que todos enfrentam aqui. Idosos que tem consultas médicas, pois qualquer consulta especializada é em Itabirito, compras, remédios, tudo é feito em Itabirito“.

Ela relata o alto preço de uma corrida solicitada em aplicativo, que seria única forma de se deslocar em dias sem transporte coletivo. “A gente vai pagar um aplicativo, é cinquenta reais para buscar e cinquenta reais para trazer. Em um dia, temos que desembolsar 100 reais para ir para Itabirito, fora as despesas de um almoço, um café, quem tem criança, como é o meu caso“.

A manicure e cabeleireira fala sobre a diminuição drástica nos horários de veículos. “Antes tínhamos ônibus às 8 da manhã, meio dia e quatro da tarde. Teve uma reunião, mudaram os horários para 6 da manhã, às 13 horas e seis e quinze da noite. Com a pandemia, mantiveram o ônibus de 6 da manhã e só retornando as 18:15h. Quem precisa ir, ou paga aplicativo ou fica esperando a volta no ônibus de seis e quinze da, e somente segunda e sexta. Se colocassem um, pelo menos na quarta feira, já ajudava, mas nem isso“.

Segundo a gestante, a alternativa encontrada foi a van de uma moradora. “Essa moradora disponibilizou a van dela para levar e trazer o pessoal, passando as 8 da manhã e retornando ao meio dia. A ‘passagem’, no início, era um valor menor que o do ônibus, por cinco reais. Com o combustível muito caro e as estradas horríveis, estava estragando muito o carro, ela aumentou a passagem para 15 reais. Para ela, não era vantagem, estava fazendo para ajudar o povo, mas agora, infelizmente não está dando para ela continuar com essa bondade. É direito nosso ter transporte público. O vereador Fabinho está na ‘correria’ com a gente, de tentar, mas junta a serra verde, que não está nem aí, e o prefeito, que está menos, tá bem complicado“, finaliza Luana.

Trabalhadora fica sem transporte devido à redução de horários

Contatada pela reportagem da Agência Primaz, devido a uma publicação no Facebook, Eloá Silva relatou que a falta de horários nos transportes tem afetado seu retorno para casa. “Na linha Itaubira x Santa Rita, o último horário é às 19:40h. Saio do serviço às 20:20h. Se a pandemia não está sendo respeitada, não justifica diminuir horários. Segundo um motorista da empresa, não é vantagem rodar com 3 ou 4 passageiros“.

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Vereador se manifesta e procura soluções para o problema

O vereador Fabinho Fonseca (Avante) foi procurado por diversos usuários que relataram os problemas frequentes. Ele informou à Agência Primaz que esteve em contato com a empresa Serra Verde, responsável pelo tráfego na cidade, e com a Prefeitura Municipal, buscando soluções para os problemas descritos.

Desde o início do mandato, tenho abraçado esta causa, do transporte público da zona rural e distritos, e tenho feitos várias reinvindicações na câmara. Já procurei a prefeitura e a Serra Verde para entender a situação e tentar regularizar o transporte público, para ser diário, onde todos tenham condições de ir para Itabirito para trabalhar e realizar suas atividades“, afirma Fabinho, relatando que, entre as dificuldades que as pessoas encontram, uma delas é dispor de valores altos para corridas em táxis ou carros de aplicativos, quando não têm atendimentos dos ônibus no dia.

O sistema adotado hoje, além de não atender a população, ainda pesa no bolso de quem tem que fazer as atividades em outros dias (de não atendimento de linhas). As pessoas têm que pagar táxi, Uber, então tem dificultado“, declarou o edil, que ainda aguarda uma solução por parte da Prefeitura e esteve em visita na empresa Serra Verde.

O gerente informou que a Prefeitura tinha que dar um subsídio para a empresa atender todos os horários e todos os dias para eles terem condições, pois essa rota da zona rural é inviável para a empresa. Essa foi a fala do gerente na minha visita“, declara Fabinho, afirmando que, em contato com a Prefeitura, foi informado que a administração aguarda nova licitação. “Eles falam que tem que aguardar uma nova licitação, para ver quem faz a concessão, quem vai assumir. Segundo o secretário, quem pegar as rotas da cidade terá que pegar a zona rural, tudo ‘em um pacote’”.

Fabinho informou ainda que continuará acompanhando o assunto, para que a solução seja feita o mais rápido possível.

Prefeitura e empresa deram respostas à Agência Primaz

Nossa reportagem fez contato com a empresa Serra Verde, recebendo como resposta que “informações sobre linhas, horários e rotas, deveriam ser solicitadas à Prefeitura Municipal“. Entretanto, nossos pedidos de informação encaminhados à administração municipal não foram respondidos.

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