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Hoje é domingo, 19 de maio de 2024

Profissionais da educação de Itabirito permanecem em greve sanitária

Representantes do comando de greve realizaram manifestação na última quinta (26), com falas, faixas e intervenção artística em frente a Prefeitura Municipal de Itabirito.

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Profissionais da educação realizam falas em defesa da greve sanitária - Foto: Letícia Freitas/ Agência Primaz
Profissionais da educação realizam falas em defesa da greve sanitária - Foto: Letícia Freitas/ Agência Primaz
Em mais uma tentativa de diálogo com a Prefeitura Municipal de Itabirito, a manifestação dos trabalhadores da educação aconteceu na última quinta-feira (26). O ato, realizado no largo da prefeitura, contou com a presença de professores responsáveis pelo comando de greve no município, que reivindicam melhores condições sanitárias diante do retorno das aulas em meio a pandemia de Covid-19.

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Insegurança e falta de comunicação

A principal reivindicação dos profissionais é pelo retorno apenas com a segunda dose da vacina. Os trabalhadores da classe começaram a ser imunizados em junho, e muitos permanecem com a previsão da segunda dose apenas para o mês de setembro.

Além disso, os funcionários alegam que as escolas não estão preparadas para receber os alunos e temem as consequências da volta presencial das atividades, como é o caso de Vanessa Oliveira, professora de matemática da rede municipal de ensino: “Nós não estamos nos negando a voltar, nós queremos voltar com segurança efetiva e protocolos funcionais. Quero trabalhar e ir para casa com a segurança de que não vou contaminar a minha família, pois a vida deve estar acima de tudo”, afirmou a docente.

Outro ponto destacado é a dificuldade de comunicação com a Secretaria Municipal de Educação, e a exigência de uma interação mais democrática com toda a comunidade escolar, e não somente com as diretorias. De acordo com Sérgio Recepute, um dos responsáveis pelo comando de greve no município, “a greve sanitária só está acontecendo porque faltou diálogo, uma vez que muitos profissionais têm se sentido ignorados com relação às suas demandas”.

De acordo com Sérgio, após a deflagração da greve, no dia 09 de agosto, foi protocolado na PMI o informe de paralisação das atividades, como decidido por unanimidade da assembleia geral. Junto ao comunicado, foi solicitada, também, uma reunião com a Secretaria Municipal de Educação, que não respondeu à reivindicação até o momento.

A Prefeitura de Itabirito, no entanto, declarou que “a Secretaria Municipal de Educação não recebeu nenhum comunicado oficial dos profissionais de educação em relação a qualquer tipo de paralisação das atividades”, e manteve a decisão do retorno para o dia 23/08, que posteriormente foi adiada para 24 de agosto.

Intervenção artística

Como forma de denúncia da situação, foi realizada no local uma intervenção artística que simulava um professor amordaçado e amarrado enquanto a aluna folheava livros banhados de “sangue”.

Segundo Bella Mayrink, professora de artes, a intenção da performance foi demonstrar como é para o trabalhador o retorno presencial: “a gente se sente amordaçado, de mãos amarradas, porque não fomos consultados antes do retorno presencial. E falar sobre essa volta é falar sobre vidas que estão em risco, por isso a representação dos alunos foi feita dessa forma, em referência ao sangue que pode ser derramado.”

Intervenção dos professores - Foto Letícia Freitas Agência Primaz
Intervenção dos professores - Foto Letícia Freitas Agência Primaz

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Ensino híbrido

O formato híbrido das atividades foi determinado pela PMI por meio do Decreto nº 13.907, de 09 de agosto. Neste modelo, a presença dos alunos acontece de forma escalonada, com revezamento de turmas ao longo do mês letivo. Segundo a prefeitura, a medida foi tomada visando diminuir os riscos de contaminação e de modo a garantir apenas a capacidade permitida nas salas de aula e outros ambientes escolares.

Apesar disso, trabalhadores e responsáveis pelas crianças não se sentem seguros com a iniciativa adotada. De acordo com uma mãe e professora, que preferiu ter sua identidade preservada, “os protocolos não são adequados à realidade das crianças, não existem EPI’s sendo distribuídos, o que está sendo repassado nas mídias para os pais é uma mentira”, declarou a partir da sua visita à escola em que a filha está matriculada.

Além destas medidas, o recreio dos estudantes também está suspenso e os lanches coletivos não são uma realidade, já que a escola pode oferecer somente comidas embaladas, como biscoitos doces e salgados, e bebidas como achocolatados.

Faixa de boas-vindas aos alunos na Escola Municipal Natália Donada Melillo - Foto Letícia Freitas Agência Primaz
Faixa de boas-vindas aos alunos na Escola Municipal Natália Donada Melillo - Foto Letícia Freitas Agência Primaz

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Variante Delta

Itabirito conta hoje, de acordo com os boletins oficiais, com 09 casos confirmados de infecção por variante Delta, e um caso índice constatado por critério epidemiológico.

Apesar do cenário, o município permanece na Onda Verde e mantém a abertura dos ambientes esportivos e do comércio em geral. As atividades escolares presenciais também estão mantidas, com risco de multa diária entre R$2.000,00 (dois mil reais) e R$50.000,00 (cinquenta mil reais) caso a greve sanitária não seja suspensa.