Nesta segunda-feira (1) aconteceu a 17ª Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Mariana. É a primeira vez que os vereadores se reúnem em uma sessão ordinária depois que o vereador Deyvson Ribeiro foi flagrado manuseando uma pistola semiautomática calibre 380, durante a reunião realizada no dia 25.
No início da sessão de ontem, o presidente da Câmara de Mariana, Edson de Castro Carneiro (Leitão), informou as funções que serão desempenhadas pelos vereadores da comissão especial de Ética. A presidência será exercida por Gerson Cunha. Os advogados Ronaldo Bento e Cristiano Vilas Boas foram nomeados vogal e relator da comissão, respectivamente.
Em seguida, o presidente da Câmara concedeu a palavra ao vereador Deyvson Ribeiro. “É um esclarecimento mesmo sobre o equívoco ocorrido na última sessão plenária. Como cristão, vereador e cidadão marianense, venho até aqui, aproveitar essa reunião que está online, pedir desculpas, em especial aos meus colegas aqui presentes, parlamentares. Digo isso porque as pessoas não podem ter medo de pedir desculpas. Especialmente os políticos pelo seu papel de autoridade e representatividade que nós temos na cidade”, declarou.
De acordo com o vereador investigado pela comissão especial, “o caso ocorrido na última sessão remota da Câmara de Vereadores foi um ato instintivo”, ocorrido nas dependências de sua casa e que teve exposição por poucos segundos. Enquanto o ato em si não foi desrespeito ou ameaça a qualquer um parlamentar ou apologia de nenhuma forma. Isso eu quero deixar bem claro, nobres vereadores”, argumentou.
Sobre a criação da comissão especial de Ética, o vereador Deyvson disse ser favorável, mas apelou por uma decisão técnica. “Eu até concordo plenamente entre aspas. Pois sou a favor da plena transparência dos fatos, da investigação. Ela tem que ser legítima, criteriosa e técnica. São dois advogados, são pessoas técnicas e tem o vereador Gerson Cunha que é uma pessoa sensata, para poder me julgar pelo ocorrido”.
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Ronaldo Bento, membro da comissão especial de ética, defendeu que seu julgamento será baseado na legalidade. “Vou julgar com base na Lei Orgânica do Município e no Regimento Interno da Câmara, com a máxima isenção. Eu vou julgar podendo colocar minha cabeça no travesseiro e dormir. Sem prejudicar ninguém. Nós estamos aqui para julgar fatos e não pessoas”.
O vereador José Jarbas Ramos defendeu o colega Deyvson. “Nunca apresentou qualquer tipo de risco para mim. Todos nós estamos nos adaptando [às reuniões virtuais]. É uma pessoa de família, trabalhador. Não tem nada que o desabone até o momento. Tem um mandato claro, transparente e eu digo isso para subsidiar o trabalho na comissão referente ao tema”.
A comissão especial de Ética tem 45 dias para emitir o relatório, a ser votado em plenário na Câmara Municipal de Mariana. A comissão pode recomendar desde o arquivamento do processo até a cassação do mandato do vereador por quebra de decoro parlamentar.